A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, alertou para a “empáfia do eurocentrismo” durante a visita do presidente da França, Emmanuel Macron, a São Paulo. Ela deu a declaração nesta quinta-feira, 28.
De acordo com a ex-ministra do governo Jair Bolsonaro, o discurso do presidente francês é arrogante. Isso porque o povo do Velho Continente, segundo Tereza Cristina, acredita que a visão europeia é superior às de outras regiões.
“O que se viu ontem à noite na Fiesp foi a empáfia do eurocentrismo”, escreveu, no Twitter/X. “Macron se recusou a discutir o acordo Mercosul-UE com o governo brasileiro. Mas jogou na cara do PIB nacional, do ministro da Fazenda e do vice-presidente que o tão esperado acordo é ‘péssimo, antiquado e deve recomeçar do zero!’. Sua diplomacia é que merece nota zero!”
Macron esteve na , na tarde desta quarta-feira. Na ocasião, chamou de “péssimo” o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) — bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Tereza Cristina também disse que o presidente da França defendeu o “protecionismo”. Na sua visão, Macron toma medidas para favorecer as atividades econômicas internas do país e dificultar ao máximo a concorrência estrangeira.
“Tudo falácia, lorota protecionista”, disse a senadora. “Macron usou a afronta ao Brasil para ganhar pontos com seu público interno. Ao contrário do que disse, o acordo Mercosul-UE foi periodicamente revisado e atualizado em 2019.”
Por fim, Tereza Cristina afirmou que o Brasil não deve começar a discussão de um novo acordo e que o governo brasileiro precisa buscar diálogo com outros países e blocos econômicos.
“Por que a França pensa que o Brasil e o Mercosul vão querer passar mais dez anos rediscutindo tudo?”, perguntou Tereza Cristina. “O mundo é vasto. Os portos são muitos e outros acordos bilaterais ou multilaterais estão abertos para nós, inclusive na Europa. Sigamos!”
Ele deu a declaração na quarta-feira 27, durante participação no Fórum Econômico Brasil-França, em São Paulo.
“O acordo com o Mercosul, tal como está sendo negociado atualmente, é um péssimo acordo”, afirmou Macron. “Tal qual para vocês também. Foi negociado há 20 anos. Uma regra antiga pode acender a chama, mas não é a mesma coisa.”
O evento aconteceu na sede da Fiesp e contou com a presença do vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Macron destacou que não defende o acordo atual e deseja que os agricultores brasileiros tenham as mesmas regras que os produtores europeus. Ele citou o fato de o Brasil utilizar pesticidas proibidos na Europa, o que tornaria barato o produto brasileiro.
“Pedimos que os agricultores façam o mesmo, que não usem pesticidas”, disse Macron, durante evento em São Paulo. “Vamos deixar para trás aquelas ações de 20 anos atrás. Vamos fazer um novo acordo comercial, responsável. Com causas que garantem reciprocidade. Com as mesmas exigências de todas as partes.”
Fonte: revistaoeste