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Tecnologia

Bloqueio do Twitter/X no Brasil: Entenda sem ‘apagão cibernético’

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O /X voltou a funcionar para alguns usuários brasileiros nesta quarta-feira, 18, depois de quase 20 dias de bloqueio imposto pelo ministro Alexandre de Moraes, do .

A empresa conseguiu contornar a restrição ao utilizar endereços de IP dinâmicos fornecidos pela Cloudflare.

Além da violação, a Corte ficou diante de um cenário complexo: bloquear a Cloudfare poderia provocar um apagão cibernético de escala imprevisível, segundo especialista pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Fundada em 2009, a Cloudflare oferece serviços para diversos sites e aplicativos, como Discord, e Canva. Atualmente, a empresa vale US$ 26,6 bilhões na Bolsa de Nova York.

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) informou que o Twitter/X burlou a ordem judicial ao adotar IPs dinâmicos fornecidos pela Cloudflare.

O professor do Instituto de Informação da Universidade Federal do (UFRGS) Jéferson Campos Nobre explicou ao Estadão que muitos serviços on-line utilizam a Cloudflare, que oferece um produto chamado de “proxy reverso”.

Para fazer isso, o proxy reverso atua como um intermediário entre o usuário e o provedor do serviço.

Porém, ao realizar essa comunicação, o “proxy reverso” esconde o IP de quem contrata o serviço, que acaba adotando números fornecidos pela Cloudflare. O bloqueio do Twitter/X no Brasil foi feito a partir do número de IP verdadeiro da empresa de Elon Musk.

“O endereço da internet que nós utilizamos para acessar um site pode se modificar com tecnologias como a da Cloudflare”, explicou Nobre ao Estadão. “Essa é uma das formas que podem ser utilizadas para evitar o bloqueio, porque se ele for feito apenas em um endereço, ao se mudar esse endereço o bloqueio deixa de ser eficiente.”

Bloquear Cloudflare para derrubar Twitter/X seria “ação temerária”

A Cloudflare é utilizada por diversos serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet. Bloquear a Cloudflare para impedir o acesso ao Twitter/X poderia causar um impacto significativo na internet do país e afetar o funcionamento de muitos sites e aplicativos. “Seria uma ação bastante temerária,” acrescentou Nobre.

Nesta terça-feira, 17, diversos países ficaram sem acesso a determinados sites devido a uma manutenção nos servidores da Cloudflare.

Nobre sugere que uma alternativa seria bloquear os endereços específicos usados pelo Twitter/X via DNS, mas isso exigiria monitoramento constante e atualizações frequentes, pois a Cloudflare poderia facilmente mudar os endereços.

Outra possibilidade seria a própria Cloudflare realizar o bloqueio, mas questões comerciais entre o Twitter/X e a empresa poderiam dificultar a ação.

Fonte: revistaoeste

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