O setor mineral brasileiro será impactado com a nova tarifa de 50% sobre exportações para os Estados Unidos, mesmo com a exclusão de grande parte dos produtos da medida anunciada por Donald Trump. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), 75% dos minérios brasileiros exportados foram poupados da taxação, mas os 25% restantes ainda representarão prejuízos.
A ordem executiva assinada nesta quarta-feira (30) pelo presidente norte-americano estabelece a nova alíquota com base em alegações de ameaça à segurança nacional. Entre os produtos liberados da cobrança estão suco e polpa de laranja, combustíveis, fertilizantes, aeronaves civis e minerais como caulim, cobre, manganês, vanádio, bauxita e pedras ornamentais.
Em nota, o Ibram estimou que, dos US$ 1,53 bilhão em exportações de minérios brasileiros para os EUA — equivalentes a 4% do total do setor —, apenas um quarto sofrerá com a tarifa. A medida entra em vigor no próximo dia 6 de agosto.
A justificativa do governo dos Estados Unidos cita o Brasil como uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional”, em uma retórica comparável à usada contra regimes como os de Cuba, Venezuela e Irã. O texto aponta alegações de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a seus apoiadores, além de críticas às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Segundo o documento, ações do governo brasileiro estariam minando o Estado de Direito e comprometendo o processo democrático rumo às eleições presidenciais de 2026. Também há acusações contra o ministro Moraes por supostos abusos de autoridade, incluindo prisões sem julgamento e medidas de censura digital.
O Ibram declarou que continua avaliando o impacto da nova política comercial e mantém sua posição em defesa da exclusão de todos os minérios brasileiros da sobretaxa.
Fonte: cenariomt