O tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode, momentaneamente, reduzir os preços de alimentos no mercado interno. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, feita nesta terça-feira (22) durante participação no programa Bom Dia, Ministro.
Segundo ele, a medida pode beneficiar o consumidor com uma inflação mais baixa nos alimentos. No entanto, o impacto negativo sobre os produtores exige atenção. “É buscar um preço adequado. Essa é a nossa missão”, afirmou.
A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump e passa a valer a partir de 1º de agosto. O republicano justificou o aumento tarifário alegando desvantagens comerciais na relação bilateral e críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Questionado sobre a possibilidade de o mercado interno se beneficiar com a oferta de produtos como laranja, café, carnes e frutas, Dias respondeu positivamente, mas destacou que o ideal é promover essa redução por meio do aumento da competitividade da produção nacional. “As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea, mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade”, explicou.
Ele defendeu juros mais baixos e maior produtividade como caminho sustentável. “Temos de proteger o consumidor, mas também o produtor. Caso contrário, desestimulamos a produção. Precisamos ter equilíbrio”, acrescentou.
O governo, segundo o ministro, já trabalha em alternativas para mitigar os efeitos negativos do tarifaço por meio da Apex e de ministérios, focando na abertura de novos mercados para produtores afetados, como os dos setores de mel, frutas e carne.
Wellington Dias também rebateu as alegações de Trump, lembrando que historicamente o Brasil compra mais dos Estados Unidos do que vende. “O que o presidente Trump está fazendo não tem nada a ver com medida econômica ou comercial. São ataques especulativos fora do contexto”, disse, defendendo uma investigação internacional sobre o caso.
Ele mencionou que tanto o STF quanto a Justiça norte-americana apuram suspeitas de insider trading, após indícios de que pessoas foram alertadas com antecedência sobre o tarifaço, obtendo lucros bilionários com a compra de dólares antes do anúncio.
Fonte: cenariomt