Pela primeira vez na história, o vírus Influenza A foi identificado em tamanduás-bandeira de vida livre no Pantanal. A descoberta inédita é resultado de uma pesquisa conduzida por Isabella Amaral, da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), sob orientação da pesquisadora Flávia Miranda, referência no estudo de xenartros (grupo que inclui tamanduás, preguiças e tatus).
De acordo com o Instituto Tamanduá, o subtipo identificado é o H3N2, o mesmo que circula entre humanos. Apesar da infecção confirmada por exames laboratoriais, os tamanduás não apresentaram sintomas clínicos aparentes. Este é o primeiro registro no mundo de gripe do tipo Influenza A em tamanduás-bandeira.
Alerta para a saúde da fauna silvestre
A descoberta acende um sinal de alerta para a conservação da espécie. Doenças respiratórias são extremamente raras em tamanduás, e o fato de estarem sendo infectados por um vírus com potencial zoonótico, que pode circular entre animais e humanos, levanta preocupações sobre os impactos das mudanças ambientais e do contato com áreas degradadas.
“A microbiota do Pantanal pode estar mudando por causa do impacto do fogo. Assim como temos vistos mudanças na vegetação, com o aumento de uma vegetação mais arbustiva após as queimadas, também pode estar ocorrendo uma alteração de patógenos – bactérias, vírus e fungos que antes existiam e agora não existem mais e o surgimento de outros mais adaptados a esse novo ambiente”, explica a pesquisadora Flávia Miranda.
A Influenza A é conhecida por sua alta capacidade de mutação e adaptação a diferentes hospedeiros, como aves, porcos, humanos e diversos mamíferos.
Fonte: primeirapagina