Funcionários do Serviço Nacional de Saúde do devem tratar pessoas transgêneros que se identificam como mulheres dessa forma, independentemente de características físicas, segundo materiais oficiais de treinamento. Isso significa que mesmo mulheres trans com características masculinas, como barbas, devem ser chamados de forma feminina, se assim o quiserem.
O é a divisão escocesa do National Health Service, o sistema público de saúde do Reino Unido — equivalente ao Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. A instituição é estatal, sobrevive de impostos e é administrada de forma independente em cada nação britânica.
Os servidores do “SUS” britânico receberam um material de treinamento que menciona um caso desse tipo. O módulo “humildade cultural” apresenta o caso fictício de “Lucy”, uma enfermeira trans de 29 anos que ainda não mudou oficialmente seu nome de Lee.

O material afirma que Lucy “ainda produz pelos faciais expostos” e que alguns colegas relataram desconforto ao corrigir pacientes que usam termos masculinos para se referir a ela. O treinamento estabelece, porém, que não vai tolerar “a discriminação contra Lucy”. Também orienta que os funcionários têm “o dever (sob a lei da igualdade) de usar o nome e os pronomes corretos”. O jornal The Times divulgou o conteúdo do treinamento.
Banheiros de gênero neutro e autoidentificação de deficiência
Além disso, o material defende a ampliação de banheiros de gênero neutro. A alegação é de que eles “promovem a igualdade ao eliminar a necessidade de conformidade com normas tradicionais de gênero”. Também afirma que as pessoas podem decidir “se identificam como deficientes”.
Os materiais são de dezembro de 2023. Depois da reação negativa, a agência NHS Education for Scotland removeu do treinamento a referência à “Lucy” como enfermeira, a obrigação de usar pronomes e a menção a banheiros neutros.
discute direitos de pessoas trans
O contexto para a divulgação desses materiais é de profunda discussão sobre o tema na Escócia. Recentemente, um tribunal trabalhista escocês analisou o direito de pessoas trans acessarem espaços exclusivos para mulheres.
No caso, a enfermeira Sandie Peggie foi alvo de acusação por conduta imprópria pelo NHS depois de questionar a presença da Dr. Beth Upton, um homem biológico, em instalações femininas no Victoria Hospital, em Kirkcaldy. Na época, Upton não podia obter um certificado de reconhecimento de gênero. Mesmo assim, o “SUS” do Reino Unido permitiu que utilizasse os vestiários femininos.
Em reação, a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos alertou o dever de proteger espaços exclusivos para mulheres.

Em meio à discussão, o primeiro-ministro da Escócia, John Swinney, se viu forçado a negar que as políticas de autoidentificação de gênero da Escócia são “abuso de direitos humanos patrocinado pelo Estado”.
Fonte: revistaoeste