O governo da Rússia prendeu o general Sergei Surovikin, ligado à ala do Exército russo mais próxima ao líder mercenário Yevgeny Prigozhin, relatou o jornal russo The Moscou Times, citando fontes do Ministério da Defesa, nesta quarta-feira, 28. Segundo a publicação, o militar foi levado aparentemente para interrogatório e foi citado por fontes americanas como tendo conhecimento dos planos do motim que aconteceu no último fim de semana.
Surovikin não é visto publicamente desde sábado e estaria há três dias sem entrar em contato com a família, de acordo com o The Moscow Times. Na terça-feira, o jornal americano The New York Times afirmou, citando fontes da inteligência dos Estados Unidos, que o general teria informações sobre o motim e que as autoridades estavam “tentando descobrir se o general Sergei Surovikin, ex-comandante russo na Ucrânia, ajudou a planejar as ações do Sr. Prigozhin no último final de semana”.
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Prigozhin pousou em Belarus para iniciar seu exílio na nação vizinha da Rússia na terça-feira 27, sob um acordo que abortou o motim de seus combatentes de Wagner no fim de semana. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, se concentrou em elogiar suas forças armadas por “impedirem uma guerra civil”.
O Times também informou que as autoridades americanas consultadas disseram que havia sinais de que outros generais russos podem ter apoiado Prigozhin. Nem o Pentágono, nem o Kremlin fizeram comentários sobre o assunto.
Surovikin, apelidado de “general do Armagedom” pela mídia russa, assumiu o comando geral das operações na Ucrânia em outubro. Mas, em janeiro, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, substituiu-o pelo chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov. Surovikin tornou-se seu vice.
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Antes de iniciar a rebelião, Prigozhin fez duras críticas contra Shoigu e Gerasimov, culpando-os pelos fracassos da Rússia na Ucrânia e pela falta de apoio do exército oficial aos combatentes mercenários do grupo Wagner.
No final de semana, Surovikin foi uma das autoridades que tentaram convencer o grupo Wagner a se submeter ao exército russo, pouco antes de Prigozhin liderar seus combatentes na chamada “marcha por justiça”, que partiu da cidade de Rostov, no sul da Rússia. O líder mercenário abortou a marcha a 200 quilômetros de Moscou.
Fonte: Veja