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Educação

Ranking Universitário dos EUA revela surpresa: Instituições Fora do Esperado de Harvard e Yale

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Algumas universidades dos Estados Unidos permeiam o imaginário popular como ícones eternos do melhor que o ensino superior pode oferecer aos seres humanos. Não raro, locais como Harvard, Stanford, Yale e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) são tidos como o auge da carreira acadêmica para um estudante.

Mas e se algumas dessas instituições mais afamadas não forem mais o que já foram um dia? E se o meio acadêmico passou a priorizar o ativismo político em detrimento da busca pela verdade? Questionamentos como esses são a base de um novo ranking elaborado pelo City Journal, publicação do think tank conservador Manhattan Institute, para avaliar as universidades dos Estados Unidos.

O novo sistema de classificação universitária, na prática, desafia a hegemonia de escolas de prestígio nos EUA. A avaliação foca em fatores negligenciados, como a liberdade de expressão, o rigor curricular e o retorno financeiro do investimento na educação superior. O objetivo é guiar estudantes e pais para instituições que priorizam o aprendizado rigoroso e o preparo para a cidadania, em vez do ativismo político.

Segundo a nova classificação, estas são as 10 melhores universidades dos Estados Unidos:

  • 1) Universidade da Flórida
  • 2) Universidade do Texas em Austin
  • 3) Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill
  • 4) Universidade Texas A&M
  • 5) Universidade de Notre Dame
  • 6) Instituto de Tecnologia da Geórgia
  • 7) Universidade Estadual da Flórida
  • 8) Universidade Purdue (campus principal)
  • 9) Universidade da Geórgia
  • 10) Universidade Clemson

Harvard é caso emblemático dentro de novo ranking

Um dos casos mais emblemáticos dentro do novo ranking é o da universidade de Harvard. Enquanto em outras avaliações a instituição fundada em outubro de 1636 figura facilmente entre as cinco melhores do país, no estudo feito pelo City Journal ela fica apenas na 37ª. posição. A explicação para isso é que os muitos pontos fortes da universidade vêm sendo cada vez mais ofuscados pelo ativismo radical generalizado entre seus administradores, professores e alunos.

Para o City Journal, a administração abraçou praticamente todas as causas ativistas disponíveis, inclusive incentivando o uso de pronomes neutros – como “elu, delu” –, o que prejudicou a sua missão educacional.

Harvard não seria mais um refúgio para a liberdade de expressão, e a explicação é que os estudantes tendem a silenciar opiniões contrárias, como impedir palestrantes conservadores de falarem em eventos no campus.

Outro ponto negativo é o crescimento de mobilizações antissemitas na instituição. De acordo com a Iniciativa AMCHA, uma organização dedicada ao assunto, Harvard tem o maior número de incidentes antissemitas por 1.000 estudantes judeus — mais de 300 nos últimos cinco anos.

Ranking do City Journal faz avaliação “holística” das universidades

A crítica central do ranking do City Journal é que o ensino superior nos EUA está em crise, com muitas universidades priorizando o ativismo político em vez de produzir conhecimento na busca pela verdade. Os rankings tradicionais focariam em marcadores de prestígio que não refletem o conteúdo da educação, no ambiente do campus ou nos valores que cercam os estudantes. O resultado seria uma incompatibilidade entre reputação e realidade.

Para ajudar a esclarecer este cenário, o novo ranking se propõe a fazer o que o City Journal chamou de “avaliação holística”. A meta era formular uma classificação baseada no senso comum sobre o que deveria contribuir para uma cultura universitária saudável. Entre esses pontos, o estudo leva em conta quesitos que não entram em outros rankings, como a liberdade de investigação, o pluralismo intelectual e o rigor curricular.

O sistema é composto por 68 variáveis, agrupadas em 21 categorias. Essas variáveis cobrem os principais aspectos da vida dentro e fora do campus de 100 universidades bem prestigiadas em outras avaliações. Ao todo, são avaliados quatro itens em especial: Qualidade de Liderança, Experiência Educacional, Experiência Estudantil e Resultados.

O caso de Harvard, que tem alta reputação, mas pontua mal devido à autocensura estudantil e à fraca defesa do discurso livre, indica um descompasso entre o prestígio e a qualidade da experiência educacional. O ranking sugere que, ao priorizar fatores como liberdade e mérito, o estudante tem uma probabilidade maior de obter uma educação sólida.

Melhor universidade dos EUA fica na Flórida, diz novo ranking

O melhor exemplo, segundo o ranking, é o da Universidade da Flórida. Primeira colocada em critérios como Comprometimento com a Meritocracia e Liberdade de Expressão Estudantil, a instituição não conta com uma estrutura voltada para políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão. Para estudar no campus, em vez de atender a critérios em uma métrica de diversidade, os estudantes precisam ter boas notas no currículo e boas avaliações em testes como o SAT e o ACT.

Uma das boas avaliações da Universidade da Flórida foi obtida na categoria Resultados. Esta categoria recompensa as instituições que preparam os estudantes para carreiras de sucesso além do que seria esperado, considerando o perfil dos alunos na admissão. Ela mede o valor adicionado pelo ensino superior na forma de impacto positivo no salário do ex-aluno.

Essa relação de “custo X ganhos futuros” representa 12,5% da nota final do ranking, e mostra se o diploma oferece um forte retorno financeiro para os graduados, indicando quantos anos o aluno levará para recuperar o custo da educação através de seus ganhos. No caso da Universidade da Flórida, segundo lugar geral neste quesito, os graduados levam, em média, menos de seis meses para recuperar o custo de sua educação superior.

Trump baixou decreto que muda regras de financiamento de universidades

Em abril deste ano, um decreto do presidente Donald Trump mudou as regras que autorizam faculdades e universidades a funcionarem com apoio financeiro do governo federal. A medida busca garantir que o dinheiro público vá apenas para instituições que ofereçam ensino de qualidade, com foco em mérito, resultados dos alunos e liberdade acadêmica — e não em critérios ideológicos ou políticas de cotas raciais.

A ordem determina que o governo passe a fiscalizar com mais rigor os órgãos que aprovam essas instituições, podendo até cancelar o reconhecimento de entidades que autorizem faculdades com baixo desempenho ou que imponham exigências com base em raça, ideologia política ou gênero. O objetivo, segundo a Casa Branca, é acabar com práticas que colocam ativismo ideológico acima da formação dos alunos.

O governo também quer que as faculdades mostrem, com dados concretos, os resultados de seus cursos — como taxas de conclusão e retorno financeiro dos diplomas. Universidades que oferecem cursos caros e com baixa empregabilidade correm o risco de perder acesso a programas federais, como os financiamentos estudantis.

Segundo o decreto, em 2020, por exemplo, apenas 64% dos alunos que começaram a graduação conseguiram terminar o curso em até seis anos.

Além disso, o governo aponta que quase 25% dos diplomas de bacharelado e mais de 40% dos de mestrado geram prejuízo financeiro para os formados. Ou seja: eles investem tempo e dinheiro em cursos que não aumentam suas chances de conseguir bons empregos.

Universidades tentam reduzir efeitos de decreto

Em resposta, muitas universidades passaram a investir recursos em um trabalho de convencimento junto à Casa Branca para tentarem mitigar os efeitos da decisão de Trump. Segundo dados do jornal The Hill, 24 das principais universidades do país já gastaram cerca de US$ 24 milhões em lobby em Washington este ano, mais que o dobro do que gastaram no mesmo período do ano passado, de acordo com informações divulgadas pelo governo federal.

A Universidade de Columbia, em Nova York, fez um acordo com a administração para pagar uma indenização de US$ 221 milhões ao longo de três anos, a fim de restituir US$ 400 milhões em fundos federais que haviam sido cortados.

Enquanto isso, Harvard entrou com ações judiciais contra o governo federal por revogar seu financiamento federal e ameaçar sua capacidade de matricular estudantes internacionais.

Fonte: gazetadopovo

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