Cerca de 2.500 alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio de 11 escolas da Rede Estadual integram o projeto FloreSer, criado pelo Ministério Público de Mato Grosso em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). A primeira unidade a receber as atividades é a Escola Estadual Padre João Panarotto, em Cuiabá, onde acontecem rodas de conversa nesta sexta-feira (29).
Segundo o MPE, o objetivo é prevenir a violência de gênero entre jovens, estimulando relações saudáveis, igualitárias e livres de agressões. A promotora Claire Vogel Dutra, da 15ª Promotoria de Justiça e coordenadora do Espaço Caliandra, destacou que a proposta busca formar uma nova mentalidade desde cedo, reduzindo índices de violência no futuro.
As ações serão conduzidas pela equipe multiprofissional do Espaço Caliandra, composta por psicóloga, assistente social e jurídica, com apoio de profissionais do Ministério Público e da Seduc. O secretário de Educação, Alan Porto, ressaltou que a escola é espaço estratégico para a formação cidadã e para inserir práticas pedagógicas voltadas à equidade de gênero e cultura de paz.
De acordo com ele, envolver toda a comunidade escolar — professores, gestores, estudantes e famílias — fortalece a rede de prevenção e combate a padrões culturais que ainda naturalizam a violência. Patrícia Carvalho, do Núcleo de Mediação Escolar da Seduc, lembrou que já existem ações contínuas de sensibilização, projetos interdisciplinares e políticas institucionais para enfrentar desigualdades de gênero. Ela enfatizou que valores de respeito e cooperação, transmitidos na infância e adolescência, são fundamentais para romper ciclos de violência.
Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que, em 2023 e 2024, adolescentes menores de 17 anos foram vítimas em quase 7% dos casos de violência doméstica, com parte dos agressores também pertencendo a essa faixa etária. O projeto FloreSer está embasado na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), na Lei nº 14.164, que prevê a inclusão do tema nos currículos da educação básica, e na Lei Henry Borel (Lei nº 14.344), voltada à proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência.
Fonte: cenariomt
