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Barra do Garças Mato Grosso

Programa de Recuperação Ambiental é Expandido em Propriedades do Araguaia

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A expectativa de impacto socioambiental positivo já começou a movimentar produtores rurais da região do Araguaia. O novo ciclo do programa Todos pelo Araguaia promete acelerar a restauração de áreas degradadas e, ao mesmo tempo, valorizar economicamente as propriedades participantes — um atrativo que vem ganhando força entre agricultores.

Conforme divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, o segundo lote da iniciativa foi lançado na quinta-feira (23.10) e prevê o plantio e recuperação de 420 hectares em 21 propriedades distribuídas entre Pontal do Araguaia, Barra do Garças, Guiratinga e Torixoréu. A ação repete o modelo colaborativo que marcou a primeira fase, ampliando parcerias e o alcance territorial.

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Restauro que gera valor ao produtor

Durante o plantio inaugural, a secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, ressaltou que a agenda ambiental precisa dialogar com a realidade do produtor. “Materializamos aqui o que sempre defendemos para o Código Florestal: unir obrigação legal com ferramentas que facilitem o cumprimento e apoiem quem produz”, afirmou.

O diretor de Regularização Ambiental Rural do Serviço Florestal Brasileiro, Marcus Vinícius da Silva Alves, reforçou que a iniciativa funciona como um pacto prático para implementar o Código Florestal nas propriedades. Para ele, a diferença está na execução: “É quando a restauração deixa de ser um conceito e passa a acontecer no chão da propriedade”.

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O envolvimento dos donos das terras tem mostrado um sinal claro de mudança de mentalidade. Na fazenda que sediou o primeiro plantio do lote, o proprietário Clemens Barbosa de Novaes Júnior destacou que a restauração beneficiará diretamente o entorno do Rio Araguaia. O plano é cercar áreas de preservação permanente e realizar plantio apenas nos trechos que ainda precisam de recomposição.

A produtora Silnete Souza também aderiu voluntariamente ao projeto, motivada pela condição de uma nascente dentro da propriedade. “Moro aqui desde criança e sempre dependemos dessa água, até para o gado. Nos últimos anos, ela foi diminuindo. Com a recuperação, acreditamos que voltará a correr como antes”, afirmou.

Contexto regional e impactos esperados

Um dado relevante reforça a importância do movimento: estudos de consultorias ambientais indicam que propriedades que investem em restauração ecológica e manejo hídrico sustentável podem registrar valorização de 8% a 12% no valor de mercado em até cinco anos. Além disso, a região do Araguaia é estratégica para a conectividade de ecossistemas entre o Cerrado e a Amazônia, o que torna ações de recomposição ainda mais relevantes para a conservação da biodiversidade.

O novo lote ganhou reforço institucional com representantes do poder público e organizações ligadas à agenda ambiental. Estiveram presentes autoridades como o secretário de Desenvolvimento Econômico de Barra do Garças, José Bispo, e lideranças técnicas de órgãos estaduais e federais. Entre elas, a presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Araguaia, Cristiane Vasconcelos; a coordenadora do Projeto Regulariza Rural, Marcela Eberius Mendonça; o especialista em Cooperação Técnica Internacional, Heithel Silva; a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema, Luciane Bertinatto; o diretor do Instituto PCI, Richard Smith; e a secretária adjunta de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos, Lilian Ferreira.

Para os produtores interessados, a adesão ao Todos pelo Araguaia ocorre mediante assinatura de um termo de compromisso. As etapas incluem diagnóstico, planejamento, plantio, manutenção, monitoramento e concessão de selo. Entre os benefícios estão assistência técnica, valorização da terra, recuperação de áreas degradadas e aumento da produtividade em médio prazo.

Os participantes recebem o Selo Defensor do Araguaia, criado pelo Governo do Estado como forma de reconhecer quem contribui ativamente para a restauração ambiental. O programa é realizado pela Sema em parceria com o KFW – Banco de Desenvolvimento da Alemanha, o Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura.

O primeiro lote, iniciado em agosto do ano passado, recuperou 212 hectares em 12 municípios do estado, incluindo Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Araguainha, General Carneiro, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Tesouro e outros. A proposta envolve reflorestamento de margens de rios, manejo sustentável de solo e água, campanhas educativas e incentivo a práticas agrícolas que conciliem produção e preservação.

Produtores interessados podem buscar informações junto às secretarias municipais de meio ambiente ou diretamente nos canais oficiais da Sema. O objetivo é ampliar a adesão e consolidar uma cultura regional de recuperação ambiental com apoio técnico contínuo. O caso foi detalhado em pronunciamento oficial da Sema.

Fonte: cenariomt

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