MATO GROSSO

Produção de grãos em Mato Grosso sofre com armazenagem inadequada, causando prejuízos aos produtores

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Mato Grosso deve colher, na safra 2024/2025, cerca de 104,91 milhões de toneladas de soja e milho, segundo estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No entanto, a estrutura de armazenagem do estado continua estagnada em 52,32 milhões de toneladas, o que significa que menos da metade da produção (49,87%) poderá ser estocada dentro do próprio território.

O déficit de armazenagem alcança o volume recorde de 52,60 milhões de toneladas e escancara um gargalo logístico histórico no maior produtor de grãos do país.

O problema não é novo. Desde a safra 2010/2011, quando a capacidade de estocagem ainda atendia à demanda, a produção de grãos em Mato Grosso cresceu, em média, 9,89% ao ano. Já a expansão da capacidade de armazenagem ficou limitada a 4,25% ao ano.

Esse descompasso, que se repete há mais de uma década, é atribuído à falta de investimentos públicos e privados e ao alto custo para implantação de novas estruturas, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros logísticos.

Para os pequenos e médios produtores, o impacto é ainda mais sensível. Sem acesso a crédito ou escala para construir armazéns próprios, muitos são obrigados a escoar a produção logo após a colheita, em momentos de maior oferta e menor preço no mercado. Isso compromete o poder de barganha e impede que o agricultor escolha o melhor momento para comercializar sua safra.

A falta de estrutura também pressiona o sistema logístico como um todo, especialmente rodovias e terminais portuários, já que acelera o envio de grãos para fora do estado. Além disso, amplia o risco de perdas pós-colheita e encarece o frete, reduzindo a competitividade do agro mato-grossense.

Enquanto os números da produção impressionam, a estagnação da armazenagem acende um alerta. O Imea aponta que, sem incentivos mais robustos e políticas públicas voltadas à infraestrutura do campo, o problema tende a se agravar nos próximos anos, comprometendo a rentabilidade e o crescimento sustentável do setor.

Fonte: leiagora

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