Policiais federais cumprem três mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e medidas cautelares diversas, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Palmas.
A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos.
O grupo é suspeito de utilizar desses dados sensíveis para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.
Em maio, a operação teve como foco Diego Cavalcante, suspeito de ser operador financeiro do esquema de vendas de decisões judiciais por meio do lobista Andreson Gonçalves, que atuava em gabinetes do STJ.
As investigações apontam que ele recebeu transferências bancárias de R$ 6,5 milhões de uma empresa de Andreson e depois sacou uma parte do valor em dinheiro vivo.
Segundo a PF, os alvos desta ação são investigados porque realizaram atos graves de obstrução da Justiça visando a embaraçar a execução das medidas judiciais cumpridas na quinta fase da operação, deflagrada na mesma semana.
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com disparos de arma de fogo em dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, próximo ao escritório dele. O crime teria ligação com uma disputa de terras em Mato Grosso.
Após o assassinato, informações extraídas do celular de Zampieri apontaram esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça, que culminou na Operação Sisamnes.
No bojo da ofensiva, três magistrados do TJMT estão afastados por suspeita de acatarem aos interesses lobistas de Zampieri em troca de decisões favoráveis para obterem vantagens indevidas, são eles: os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes, e o juiz Ivan Lúcio Amarante. Eles são monitorados por tornozeleiras. O único que segue preso é Andresson.
Fonte: Olhar Direto