CUIABÁ

Prefeito de Cuiabá acusado de violência durante conferência de saúde: entenda o caso

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O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, foi acusado de praticar violência política de gênero durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde, após confronto com a professora e doutora em saúde pública Maria Inês da Silva Barbosa. O episódio ocorreu quando a docente utilizou pronomes neutros durante sua fala, o que provocou reação imediata do prefeito, que considerou a linguagem como “doutrinação ideológica”.

Diversas entidades ligadas à saúde, ao combate ao racismo e à defesa dos direitos das mulheres repudiaram a postura de Brunini. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) classificou a atitude como racista e misógina, e ressaltou que a repressão à linguagem neutra representa uma forma de opressão contra populações marginalizadas, como negros, indígenas e a comunidade LGBTQIAPN+.

Maria Inês, que é doutora pela USP e referência no debate sobre saúde e racismo, deixou o evento após se sentir intimidada pelo prefeito, que ameaçou expulsá-la da conferência, organizada pelo Conselho Municipal de Saúde.

O caso gerou reações também da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), do Instituto Odara – da Mulher Negra, do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE/MT) e da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso, todas em apoio à professora. As instituições denunciaram o ocorrido como uma violação à liberdade de expressão e uma tentativa de silenciar uma mulher negra que atua historicamente na formulação de políticas públicas inclusivas.

Em nota, a prefeitura justificou a ação como parte de um “compromisso com a preservação da norma culta da língua portuguesa e com a neutralidade ideológica nas ações públicas”. Segundo o Executivo municipal, a exigência de ajuste na linguagem foi feita antes mesmo do início da palestra.

A nota afirma ainda que a gestão municipal respeita a diversidade, mas defende que manifestações ideológicas não devem influenciar políticas públicas nem a comunicação oficial. Apesar da justificativa, a repercussão do caso reforça críticas sobre a postura do prefeito, apontado por algumas organizações como reincidente em práticas consideradas autoritárias e discriminatórias.

Fonte: cenariomt

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