Em 20 de novembro de 2023, Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, tomou seu último banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele morreu naquele dia depois de ter um mal súbito no pátio do presídio. A morte aconteceu depois de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ignorar o parecer da Procuradoria-Geral da República () que era favorável à soltura, em razão dos problemas de saúde do preso.
De acordo com Edjane da Cunha, viúva de Clezão, o Estado brasileiro permaneceu apático, mesmo depois da morte de seu marido. Em entrevista na edição desta sexta-feira, 20, do , ela lembrou que, enquanto o sepultava, “o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorava Moraes”.
Além disso, Edjane lamentou o fato de o governo brasileiro não ter dado “nenhum apoio” a sua família depois da morte de seu marido. Ela ainda lembrou do deputado Túlio Gadelha (Rede-PE), “que debochou da morte de Clezão em frente de suas filhas”. Na ocasião, o parlamentar disse para Edjane que os manifestantes “foram presos por tentativa de golpe”.
A viúva de Clezão ainda disse que teme pelo que pode acontecer com as outras pessoas que permanecem presas por ordem de Moraes. “Há cerca de 200 manifestantes presos e milhares que estão em suas casas com tornozeleira eletrônica”, disse. “Muitas delas têm problemas de saúde grave. Moraes se negou a retirar a tornozeleira de uma senhora que precisa fazer tratamento contra o câncer.”
De acordo com laudos médicos, Clezão sofria de diabetes e hipertensão. Por isso, tomava medicação controlada. Ele também teve seis atendimentos médicos entre janeiro e maio de 2023. Redjane lembrou que levou alguns medicamentos para seu marido quando foi visitá-lo, mas os agentes penitenciários não repassavam alguns deles para o seu marido dentro da prisão.
Fonte: revistaoeste