Gente de todo o tipo e lugar se reuniu na Avenida Paulista, em São Paulo, para do 7 de Setembro. Havia até quem fosse de outros Estados e estivesse com dupla missão: trabalhar e protestar. Um exemplo era uma família que saiu de para vender espetinhos de carne no evento.
Ana Júlia, de 16 anos, estava acompanhada da mãe nas vendas. Ela cobria, com um avental, uma camiseta rosa que estampava o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Chegamos ontem, vamos trabalhar e protestar hoje e iremos embora amanhã.”
A jovem afirmou que planeja se candidatar a vereadora assim que tiver idade. Enquanto isso, afina seu repertório político como “parlamentar jovem” do colégio em que estuda.
Foi uma festa de famílias no melhor e nos mais diversos sentidos. Com indignação, o povo na rua reivindicava por liberdade, anistia aos presos políticos e contra a censura no país. Muito mais do que as figuras que discursavam no carro de som, esse sentimento foi visto na maioria das pessoas que estava presente. Como, por exemplo, em uma família de diaristas da periferia da zona norte de .
Apesar das frustrações, o ato evidenciou um clima de encontrar iguais e de se juntar a mais gente com as mesmas preocupações. E aí a tensão dava lugar a sorrisos e esperança.
A face de Bolsonaro seguiu em muitas camisetas, como a da menina nas vendas de espetinho. Porém, o nome já não era tão presente na boca dos manifestantes. Em vez disso, pais, mães, filhos, avós e netos que estavam presentes preferiram reivindicar três bandeiras: Justiça, democracia e liberdade.
O casal Talita, de 29 anos, e Itamar Nascimento, de 35 anos, por exemplo, participavam da manifestação pela primeira vez. “Viemos reivindicar liberdade”, disseram. Eles estavam com o filho, Ítalo, 3 anos.
O casal decidiu ir aos protestos depois do bloqueio do Twitter/X. “Nunca tinha acontecido algo em uma proporção tão grande”, disse Itamar, que está cursando história.
Pedagoga, Talita afirmou que a educação é uma das suas maiores preocupações. “Estamos formando analfabetos funcionais.”
Avó e neta, Marise de Abreu Majone, 73 anos, e Maria Valentina Majone, 20 anos também se mostraram preocupadas com a falta de liberdade.
Maria Valentina reclamou das restrições nas redes sociais. Marise completou o raciocínio da neta. “Pessoas livres têm muito mais valor para o país.”
Marina e Mônica, que não revelaram o sobrenome, são namoradas e foram à manifestação.
“Foi uma manifestação boa, pacífica, com pessoas do bem”, disse Mônica. “Viemos buscar nossos direitos e melhorar nosso Brasil.”
Marina, por sua vez, resumiu seu protesto ao que a maioria das pessoas repetia incansavelmente: “Viemos praticar democracia.”
Fonte: revistaoeste