O governo federal tem uma pessoa com graduação em ciências da computação no comando do setor responsável por combater incêndios florestais. Raoni Guerra Lucas Rajão é o diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas (DPCD) desde o início do , em janeiro de 2023.
Rajão permanece no cargo mesmo diante do crescimento de focos de calor, nome técnico do para queimadas e incêndios florestais, em cinco dos seis biomas do país no primeiro semestre deste ano. No comparativo com o mesmo período de 2023, os registros cresceram no Pantanal, na Amazônia, no Cerrado, na Mata Atlântica e na Caatinga. Só houve recuo no Pampa.
No Pantanal e no Cerrado, inclusive, o primeiro semestre de 2024 contou com 3,5 mil e 13,2 mil focos de calor, respectivamente. Esses números são os maiores da série histórica, que teve início em junho de 1998.
Até o momento, mesmo com os recordes de queimadas no país, Rajão não veio a público se manifestar a respeito do assunto. Como diretor do DPCD, ele não respondeu às perguntas enviadas por às 13h06 na última terça-feira, 2.
Confira, abaixo, as perguntas enviadas ao e-mail que consta como meio de contato oficial na página on-line do DPCD, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente:
— Registros do Aqua, satélite de referência do Inpe, mostram que, na série histórica iniciada em 1998, tanto o Pantanal quanto o Cerrado registraram em 2024, os maiores números de focos de calor para um primeiro semestre, com mais de 3,5 mil e 13,2 mil, respectivamente. Quais as justificativas do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas para esses recordes?
— Quais as ações que o Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas têm realizado para tentar combater o aumento de incêndios florestais nos biomas que cobrem o território brasileiro?
— Desde que a atual diretoria assumiu, em janeiro do ano passado, quais foram e quais são as ações de prevenção ao desmatamento ilegal, incêndios florestais e queimadas que foram e/ou estão sendo lideradas pelo departamento?
À frente do Departamento de de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas, Rajão ganhou status de “especialista” em temas climáticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes de Lula voltar ao poder, ele escreveu artigos críticos ao agronegócio do país. Chegou a culpar produtores rurais pelo que chamou de “enfraquecimento das políticas de redução de desmatamento anteriormente bem-sucedidas”.
Agora, com o recorde de queimadas em biomas como Pantanal e Cerrado, Rajão não se manifesta. Além disso, deixou de aparecer em veículos da imprensa tradicional. Ausência que se dá apesar de ser o diretor responsável pelo departamento que deveria implementar ações contra incêndios florestais Brasil afora.
Fonte: revistaoeste