O colegiado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 9, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8, que limita as decisões monocráticas de ministros do Supremo Tribunal federal (STF).
Ao todo, 39 deputados votaram a favor da PEC das decisões monocráticas e 18 foram contra. Não houve abstenções. Agora, a proposta segue para ser analisada por comissão específica antes de ser levada a plenário da Câmara.
Na sessão desta quarta-feira, o Psol tentou derrubar o andamento da pauta na CCJ, mas foi derrotado. O requerimento para retirada de pauta, apresentado pelo deputado Chico Alencar (RJ), foi rejeitado, e foi mantida a votação.
“Esta é uma vitória para a democracia e para todos os cidadãos brasileiros”, afirmou a presidente da CCJ, Carol de Toni. “A proposta não visa apequenar, extinguir ou limitar poderes do judiciário, como a esquerda insiste em afirmar. Pelo contrário, visa restabelecer a harmonia dos poderes no Brasil, que está comprometida há muitos anos.”
Carol de Toni destacou que “com a aprovação na CCJ, damos um passo importante para assegurar uma justiça verdadeiramente imparcial e equilibrada, promovendo maior segurança jurídica e garantindo a preservação das liberdades individuais”.
Veja os deputados que votaram a favor da PEC das decisões monocráticas:
- Alfredo Gaspar (União Brasil-AL)
- Allan Garcês (PP-MA)
- Arthur maia (União Brasil-BA)
- Bia Kicis (PL-DF)
- Carol de Toni (PL-SC)
- chris tonietto (PL-RJ)
- Coronel Assis (União Brasil-MT)
- Coronel fernanda (PL-MT)
- Fabio costa (PP-AL)
- Delegado Ramagem (PL-RJ)
- Eliza Virgínia (PP-PB)
- João Leão (PP-BA)
- Julia Zanatta (PL-RS)
- Lafayette Andrada (Republicanos-MG)
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
- Marcos Pollon (PL-MS)
- Maurício Marcon (Podemos-RS)
- Mendonça Filho (União Brasil-PE)
- Nicoletti (União Brasil-RR)
- Marco Feliciano (PL-SP)
- Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
- Roberto Duarte (Republicanos-AC)
- Soraya Santos (PL-RJ)
Veja os parlamentares que foram contra:
- Afonso Motta (PDT-RS)
- Bacelar (PV-BA)
- Célia Xakriabá (Psol-MG)
- Chico Alencar (Psol-RJ)
- Duarte Junior (PSB-MA)
- Eduardo Bismarck (PDT-CE)
- Flávio Nogueira (PT-PI)
- Helder Salomão (PT-ES)
- José Guimarães (PT-CE)
- Maria Arraes (Solidariedade-PE)
- Patrus Ananias (PT-MG)
- Paulo Magalhães (PSD-BA)
- Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
- Rubens Pereira Jr. (PT-MA)
A PEC 8/2021, de autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), foi aprovada pelo Senado Federal em 22 de novembro de 2022, com apoio de 52 senadores — três a mais que o necessário para aprovação do texto. Só 18 senadores foram contrários à proposta. O placar se repetiu nos dois turnos de votação.
Depois de aprovação na Casa Alta, o texto foi encaminhado para análise da Câmara. A proposta continuava parada até sexta-feira. A PEC das decisões monocráticas está, agora, em regime de tramitação especial. Será analisada pela CCJ, presidida pela deputada Carol de Toni (PL-SC), que designará seu relator.
Eis o que estabelece o texto aprovado no Senado:
- — Em casos de pedidos formulados durante o período, que implique na suspensão de eficácia de lei, será possível conceder a decisão monocrática em casos de grave urgência ou risco de dano irreparável; contudo, o tribunal deve julgar esse caso em até 30 dias após a retomada dos trabalhos, sob pena de perda da eficácia da decisão
- — Processos no Supremo Tribunal Federal (STF) que solicitem a suspensão da tramitação de proposições legislativas, que possam afetar políticas públicas ou criar despesas para qualquer Poder também ficarão submetidas a mesma regra anterior
- — A proposta determina que quando forem deferidas decisões cautelares em ações que peçam declaração de inconstitucionalidade de lei, o mérito da ação deve ser julgado em até seis meses; depois desse prazo, passa a ter prioridade na pauta sobre os demais processos
Fonte: revistaoeste