A recente polêmica envolvendo a Havaianas e debates de cunho político tende a gerar apenas efeitos de curto prazo, sem força suficiente para alterar a trajetória da marca ou comprometer seus resultados no médio e longo prazo. A avaliação é de Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, em análise encaminhada ao Dia de Ajudar.
Segundo o analista, episódios desse tipo são recorrentes no mercado brasileiro e costumam provocar reações concentradas em poucos dias ou semanas, especialmente nas redes sociais, sem se traduzirem em mudanças estruturais no comportamento do consumidor.
“Assim como em outros episódios de cunho político, o impacto tende a se concentrar no curto prazo, sem força suficiente para alterar a trajetória da marca”, afirma Cruz.
Histórico indica ausência de efeitos duradouros
Para sustentar a avaliação, o estrategista cita exemplos recentes do mercado brasileiro. Um deles envolve o fundador da rede Smart Fit, que se posicionou politicamente em eleições anteriores, mas sem que isso resultasse em efeitos duradouros sobre a percepção da marca ou a demanda pelos serviços.
Situação semelhante, segundo Cruz, ocorre com empresas cujos líderes têm posicionamentos políticos conhecidos. Em casos assim, as preferências individuais dos executivos não se mostraram determinantes para o consumo no médio e longo prazo.
Ruído restrito a nichos mais vocais
Na análise enviada ao Dia de Ajudar, a RB Investimentos avalia que o impacto dessas controvérsias costuma ficar restrito a grupos mais engajados politicamente, influenciadores ou nichos específicos que reagem de forma intensa no calor do momento. Esse movimento pode gerar barulho negativo pontual, mas tende a perder força rapidamente.
Cruz lembra ainda de episódios envolvendo grandes empresas do setor de alimentos, nos quais campanhas de boicote surgiram nas redes sociais, mas não se converteram em quedas relevantes e duradouras de consumo.
Concorrência limitada e foco internacional reduzem riscos
No caso específico da Havaianas, o estrategista considera que o impacto tende a ser ainda mais limitado. Um dos fatores é a ausência de concorrentes diretos fortes capazes de absorver rapidamente uma eventual insatisfação pontual do consumidor.
Além disso, a marca vem ampliando sua atuação internacional. No mercado brasileiro, a penetração já é elevada, o que reduz a sensibilidade a ruídos conjunturais.
“No consumo do dia a dia, o brasileiro tende a priorizar fatores como conforto, modelo e disponibilidade, muito mais do que posicionamentos políticos”, destaca Cruz.
Mercado financeiro pode reagir no curto prazo
Mesmo no mercado financeiro, eventuais reações devem se limitar ao curto prazo, com leituras divergentes entre analistas, algumas positivas e outras negativas, muitas vezes influenciadas por percepções individuais.
Para o estrategista da RB Investimentos, apenas problemas mais graves — como falhas operacionais ou questões de governança — têm potencial de gerar impactos duradouros sobre marcas consolidadas, o que não parece ser o caso neste episódio.
“Esses ruídos surgem de tempos em tempos, seja por campanhas publicitárias ou declarações públicas. Eles passam. O que realmente afeta uma marca no longo prazo são problemas estruturais, e isso não está em jogo agora”, conclui.
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Fonte: cenariomt






