Parceria Prefeitura-Sebrae impulsiona piscicultura em Paranaíta: aumento de renda para produtores

O município de Paranaíta, ao Norte de Mato Grosso, consolidou-se como um novo polo da piscicultura no estado, alcançando a marca de 928 toneladas de peixes produzidas por ano. Com apenas 12 mil habitantes, a cidade saltou para a 14ª posição no ranking estadual da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT), transformando uma atividade que antes era voltada apenas para o consumo próprio em um motor econômico local.

Essa expansão é fruto de uma parceria firmada há cinco anos entre a Prefeitura Municipal, o Sebrae/MT e pequenos produtores. Até 2018, a atividade era desorganizada e pouco rentável. O cenário mudou com a implementação de consultoria técnica especializada, que profissionalizou o manejo, os cálculos de densidade de peixes e a qualidade da água.

Um dos principais gargalos superados foi o custo da alimentação dos peixes. Com a intermediação do Sebrae e o apoio logístico da prefeitura — que disponibilizou caminhões para buscar o insumo diretamente nas fábricas —, o valor da ração foi reduzido em 50%. Essa economia tornou a atividade viável para a agricultura familiar, atraindo mais de 70 produtores para o programa de assistência técnica.

O produtor Severino de Carvalho Vieira é um dos beneficiados pela mudança. No Sítio Serra de Sonhos, ele passou a vender cerca de 300 quilos de peixe por semana, abastecendo pesque-pagues e frigoríficos da região. Com resultados acima da média, Severino já planeja dobrar sua capacidade produtiva, destacando que a dedicação aliada à orientação técnica transformou o peixe em sua principal fonte de renda.

Para a gestão municipal, o sucesso da piscicultura criou um “problema positivo”: a demanda de novas famílias interessadas em entrar no setor hoje supera a capacidade atual de atendimento do programa. Segundo o prefeito Osmar Mandacarú, a atividade tornou-se um dos pilares do desenvolvimento rural de Paranaíta.

De acordo com o Sebrae/MT, o próximo passo para consolidar o município no mapa nacional da piscicultura de água doce inclui a incorporação de novas tecnologias, o fortalecimento do cooperativismo entre os pequenos produtores e a abertura de canais de comercialização em mercados ainda mais amplos.