Quem sempre sonhou em encher o passaporte de carimbos vai ter que se contentar com as memórias — pelo menos em alguns países europeus. A partir de 12 de outubro, a União Europeia começa a aposentar o carimbo físico e a adotar o EES (Entry/Exit System), um novo sistema automatizado que registra entradas e saídas com base em dados biométricos.
A medida afeta todos os cidadãos de fora da União Europeia, inclusive brasileiros. O sistema vai guardar nome, número do passaporte, impressões digitais e uma foto do viajante. Tudo será armazenado em um banco de dados comum a 29 países europeus, incluindo França, Espanha, Itália e Alemanha.
Como o novo sistema vai funcionar
O EES funciona como uma pré-condição para o ETIAS, a autorização pré-viagem que a União Europeia deverá implementar até o fim de 2026. A ideia é usar tecnologia para agilizar os processos de imigração, reforçar a segurança nas fronteiras e evitar que visitantes excedam o tempo máximo de permanência, que é de 90 dias para turistas brasileiros. Com o novo sistema, será possível detectar automaticamente se alguém está com o visto vencido ou se usou documentos falsos para entrar.
A implantação será gradual, mas não está isenta de preocupações. Companhias de transporte alertam para o risco de aumento nas filas nos primeiros meses, principalmente em grandes aeroportos, como é o caso do Charles de Gaulle, em Paris. A estação St Pancras, em Londres, por onde passam os trens de viagem internacional Eurostar, também pode enfrentar congestionamentos.
Para quem viaja, a principal mudança será na primeira entrada em algum país do bloco: nesse momento, serão coletadas impressões digitais e uma foto do rosto. Depois disso, as passagens seguintes pelas fronteiras devem ser mais rápidas, graças ao cadastro já existente. Saiba mais sobre as novas siglas para entrar na Europa.
Fim dos carimbos e início de uma nova era
O novo sistema será adotado por 29 países: todos os membros da União Europeia – com exceção da Irlanda e Chipre – em conjunto com a Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein, que não fazem parte do bloco.
Essa medida marca uma mudança simbólica na vida de muitos viajantes. O carimbo era visto como um registro físico que preenchia o passaporte e eternizava, de certa forma, cada momento vivido em outro país.
As autoridades da Comissão Europeia prometem campanhas informativas e infraestrutura adequada para evitar confusão.
Fonte: viagemeturismo
