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Pai orgulhoso: Filho de 1 ano é destaque ao dançar no Kuarup, ritual tradicional

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No Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, o povo Yawalapiti mantém viva uma de suas mais importantes e sagradas tradições: o Kuarup. Descrito por Wala Yawalapiti, pai do pequeno Walama Aris, como “o maior e mais respeitado ritual” da comunidade, o Kuarup é uma cerimônia fúnebre que honra a memória de uma pessoa importante da aldeia, como um cacique ou uma liderança.

Segundo Wala, esse ritual não é apenas uma despedida, mas uma celebração que remove a tristeza e une as famílias.

O Kuarup é realizado em circunstâncias muito específicas: quando uma liderança ou um membro da família de um cacique morre. A preparação é longa, durando cerca de um ano a partir do falecimento, e envolve diversas etapas. “A preparação dura um ano de organização”, explica Wala. O processo inclui a busca por troncos sagrados no cemitério, a doação de alimentos essenciais como massa de pequi e polvilho, além de cantos e danças que “tiram a tristeza das famílias” e preparam a comunidade para a celebração final.

O Legado de Walama Aris: A criança que inspira

O Kuarup não é apenas uma tradição de adultos. As crianças, como destaca Wala Yawalapiti, desempenham um papel vital. Elas acompanham os mais velhos, dançando e tocando flautas, aprendendo desde cedo a importância do ritual. “Walama Aris Yawalapiti foi protagonista”, conta o pai, explicando que seu filho, com apenas 1 ano e 7 meses, dançou ao ver os adultos e jovens, inspirando outras crianças a fazerem o mesmo. Para Wala, o pequeno Walama representa o futuro: “Ele será um dos jovens que levará esse ritual para a geração”.

Preservação do conhecimento ancestral

A cultura do Kuarup é um elo que conecta nove etnias do Parque Indígena do Xingu, que se reúnem para participar desse ritual sagrado. Ele se encerra com a celebração das famílias e a luta Huka-Huka, uma arte marcial xinguana. O povo Yawalapiti, conhecido por seus grandes lutadores, vê nesse momento uma forma de honrar a memória dos ancestrais e manter viva a força da cultura.

Para Wala Yawalapiti, a mensagem do Kuarup para as novas gerações é clara: “os jovens precisam acompanhar, saber as regras desse ritual”. É um chamado à preservação do conhecimento milenar e à manutenção da tradição. O cuidado com o Kuarup é uma forma de garantir que “esses conhecimentos milenares do povo do Parque Indígena do Xingu” sejam transmitidos de geração em geração, como um legado de respeito e honra que Walama Aris Yawalapiti já começa a carregar.

Fonte: primeirapagina

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