O mercado de feijão no Brasil apresenta comportamentos distintos nos preços, refletindo principalmente a qualidade dos grãos ofertados. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os feijões de melhor qualidade mantêm os valores firmes em várias regiões do país, sustentados pela oferta limitada desses lotes. Em contrapartida, os feijões comerciais, geralmente de padrão inferior, registram queda nos preços, pressionados por uma maior disponibilidade no mercado.
A análise do Cepea aponta que a diferença na precificação está diretamente ligada ao padrão visual e à consistência dos grãos, critérios determinantes tanto para o consumidor final quanto para compradores atacadistas. Esse cenário é reforçado pelos dados atualizados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que revisou suas estimativas para a safra nacional de feijão 2024/25.
A produção total do grão está estimada em 3,17 milhões de toneladas, o que representa uma ligeira retração de 0,8% em relação à safra anterior. A primeira safra, já finalizada, surpreendeu positivamente com um crescimento de 12,8%, somando 1,06 milhão de toneladas. No entanto, a segunda safra, atualmente em andamento, deve apresentar queda de 7,3%, com colheita estimada em 1,36 milhão de toneladas. A terceira safra, cultivada em regiões com irrigação, tem produção prevista em 749,6 mil toneladas, 5,1% a menos que no ciclo anterior.
Com essas variações, o mercado deve manter a dualidade observada nos preços ao longo das próximas semanas. Lotes com bom padrão tendem a permanecer valorizados, enquanto o excesso de grãos de menor qualidade deve seguir pressionando o segmento comercial. A tendência reforça a importância do manejo pós-colheita e da classificação do produto como fatores decisivos para garantir melhores margens aos produtores.
Fonte: cenariomt