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OEA denuncia repressão, mortes e fraude eleitoral de Maduro na Venezuela: entenda o cenário político atual

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A denunciou nesta quarta-feira, 6, uma repressão sistemática por parte do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

Em reunião com o Conselho Permanente da , a comissária Gloria de Mees responsabilizou diretamente a ditadura venezuelana por perseguições políticas, mortes de civis e desaparecimentos no contexto pós-eleitoral de 2024.

Segundo a CIDH, o país enfrenta um colapso institucional provocado pelo próprio Estado, com violações graves aos direitos civis. A ausência de transparência na apuração dos votos, a repressão violenta a manifestações e o encarceramento de opositores integram o diagnóstico traçado pela comissária.

Durante a sessão, Gloria declarou que a recusa do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela em divulgar os resultados oficiais da eleição comprometeu a legitimidade do processo e violou normas internacionais. “Esta recusa retira aos cidadãos o direito de saber a verdade sobre o seu voto”.

A comissão contabilizou mais de 2 mil prisões durante protestos contra a reeleição de Maduro. O procurador-geral venezuelano confirmou 25 mortes no período, sendo 24 por ferimentos à bala na cabeça ou no peito e uma por espancamento. As vítimas, em sua maioria jovens de baixa renda, não tinham qualquer vínculo com grupos armados.

Entre os presos, há centenas de adolescentes capturados em operações conhecidas como “Operação Tun Tun”. Gloria relatou casos de tortura, humilhações públicas, confissões forçadas e sofrimento psicológico intenso. Alguns jovens expressaram pensamentos suicidas depois dos episódios.

A CIDH também apontou que a Venezuela mantém 903 presos políticos. Em 64 casos, as famílias sequer sabem o paradeiro dos detidos. Os únicos sinais de vida vêm por meio de pedidos anônimos por roupas e medicamentos, sem explicações nem acesso a processos judiciais.

Desta forma, a repressão não poupou nomes de peso da oposição. Rocío San Miguel, Freddy Superlano e Juan Pablo Guanipa continuam presos sem acesso a advogados ou familiares.

Além disso, pelo menos 40 pessoas, entre jornalistas e defensores de direitos humanos, tiveram passaportes cancelados sem aviso — medida que os mantém presos dentro do país.

Paralelamente, a imprensa livre também entrou na mira do regime. A CIDH denunciou detenções arbitrárias, desaparecimentos e processos ilegais contra jornalistas. Muitos profissionais se exilaram; outros foram silenciados à força.

“O medo suplantou a liberdade de expressão como norma na vida cotidiana”, disse Gloria. “A Venezuela deve permanecer em nossa agenda coletiva. As vítimas, suas famílias e os milhões de venezuelanos que continuam a exigir verdade e justiça não merecem menos.”

Na fase pré-eleitoral, o regime de Nicolás Maduro impediu a participação da oposição ao usar o controle de órgãos como o Ministério Público, a Controladoria-Geral da República e Suprema Corte do país.

No dia da eleição, em 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral suspendeu a divulgação dos resultados e se recusou a publicar as atas que sustentariam a suposta vitória de Maduro. A medida gerou denúncias de fraude e revolta generalizada entre os venezuelanos.

Antecipando a tentativa de manipulação, a oposição coletou 83,5% das atas de votação em todo o país. Com selos, assinaturas e códigos de segurança, os documentos indicam a vitória de Edmundo González na disputa presidencial.

Fonte: revistaoeste

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