“Falar disso é chover no molhado, ninguém liga mais. A esculhambação é tanta que é triste falar assim, mas não é triste, é vergonhoso. Vinte e duas operações em uma prefeitura, capital do estado de Mato Grosso. Eu, não como governador, mas como cidadão, morro de vergonha quando alguém me pergunta sobre isso”, declarou Mendes em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (18).
– Empresa contratada por mais de R$ 2,6 milhões pela Saúde de Cuiabá tinha quitinete como sede
Ao ser questionado se a Operação Athena, deflagrada nesta terça, seria um dos inúmeros atos de corrupção da gestão, como havia sido destacado durante o período interventivo, Mendes avaliou que não chegou a ler o suficiente sobre a nova investigação para opinar. Mas afirmou que o que não falta são irregularidades na secretaria. “Se aprofundar ali vai bater recorde [de operações], mais que médico estão fazendo por aí”.
Sobre a informação de que a nova operação se desencadeou em uma tentativa de ‘calar’ o prefeito que havia tecido críticas ao candidato do governo no pleito de 2024, Mauro refutou e chamou a posição de irresponsável.
“Vocês acham que a polícia é tão irresponsável assim? Isso é desrespeitar a polícia. Alguém que diz isso, ou pensa isso, em uma prefeitura em que a grande marca é a desonestidade”, respondeu.
Quanto à posição de Emanuel, que chegou a se autodeclarar como o melhor prefeito que Cuiabá já teve, Mauro ironizou. “Se fosse piada, daria para dar uma risada. Mas é trágico, cômico e vergonhoso”, finalizou o também ex-prefeito por dois mandatos da Capital.
A Secretaria de Saúde de Cuiabá foi alvo de mais uma operação policial na manhã desta terça. A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a Operação Athena para cumprimento de mandados de buscas, sequestro de bens e afastamento de função pública contra 15 investigados por um esquema criminoso na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, da Prefeitura de Cuiabá, entre 2021 e 2024.
Os 16 mandados de busca e apreensão deferidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) foram cumpridos na Capital e em Várzea Grande, em endereços de investigados. Além das buscas por equipamentos eletrônicos e documentos relacionados aos crimes, foi determinado pelo Poder Judiciário o sequestro de imóveis e veículos e o bloqueio de bens e valores em mais de R$ 3,950 milhões.
Fonte: leiagora