Tricologia é uma área da dermatologia que estuda, analisa e faz o melhor tratamento sobre o seu cabelo e o seu couro cabeludo, de forma que ele se desenvolva ou se recupere. E foi essa a profissão escolhida por Tatiane Ribeiro, de 49 anos, moradora de Cuiabá.
No auge de sua carreira, ela, que atua como tricologista e ajuda no empoderamento de outras mulheres, recebeu um diagnóstico que mudaria sua vida: câncer de mama.
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Em meados deste ano, depois de perceber um nódulo através do autoexame, seu “sexto” sentido, ou sua fé, a orientou a buscar ajuda.
“Foi como se Deus estivesse falando pra mim, vai atrás disso. E então marquei consulta e daí começou a minha história. Já no primeiro exame de imagem ele estava lá”, conta a profissional.
Em agosto, veio a notícia bombástica e que, para muitos, é um diagnóstico terrível: Tatiane não só estava com câncer, como já havia metástase na axila. O choque inicial foi ainda mais difícil, quando nas baterias de exame, foram constatados um nódulo na mama e mais três na axila.
A essa altura, a profissional que já havia preparado seu espaço, seus equipamentos, vivendo com o mais novo e tecnológico da tricologia. Passou a conviver, então, de forma mais intensa, com aquela que é a ciência das ciências: a fé.
“Me ver diante de um tratamento desse e tendo que colocar algumas coisas em stand-by, me deixou muito sensível. E aí então eu tenho algo em mim, muito particular, pegar as dificuldades e transformar em impulso”, conta.
Convivendo com os efeitos colaterais, como náusea, fraqueza e mal-estar, a agenda cheia deu lugar a uma mulher frágil e que necessitava de apoio e ajuda médica.
Foi na sua rede de apoio e na expertise da equipe médica formada pela oncologista Letícia Barbosa França, e Carla Nakata que como paciente, Tatiane deixou-se ser cuidada.
Mesmo nas dificuldades, ela acredita no poder da família e na capacidade da medicina. Tudo isso aliados à fé, sua companheira inseparável, tem contribuído para um tratamento mais leve.
Nesse sentido, a médica oncologista e parceira de Tatiane nessa luta avalia a importância do apoio.
“A inserção da paciente em uma equipe médica multidisciplinar e a possibilidade de ela ter uma rede de apoio entre familiares e amigos são pilares que ampliam o sucesso do tratamento oncológico”, explica a médica.
E o cabelo?
Acostumada a cuidar dos fios e da autoestima alheia, Tatiane abraçou a sua própria causa. E mesmo não perdendo todo o cabelo desenvolveu seu tratamento como tricologista, respeitando os processos quimioterápicos que enfrenta.
“Eu montei esse protocolo como tricologista. Não segurou 100%, mas eu estou com 50% do meu cabelo aqui ainda, estou indo para a terceira quimioterapia e os meus cabelos estão aqui resistindo”, detalha.
Mesmo com o tratamento, a profissional levanta a bandeira da prevenção e estimula as mulheres a se cuidarem, a fazerem o autoexame, a buscarem ajuda médica pra fazer os exames de rotina e a mamografia.
“Deus capacita, sabe? E eu tenho tido uma equipe de apoio maravilhosa que são os meus pais, meus filhos, minha irmã, amigos. A equipe médica.. enfim. Com toda náusea e sintomas, eu sinto que agora tudo tem dia e hora para acabar”. finaliza.
Assim como a vida passa, o cabelo cresce, e a vida continua.. Essa que pulsa forte na cabeça e no coração de Tatiane.
Fonte: primeirapagina