Mais de 60 dias se passaram desde que a pequena Ana Lívia, de 3 anos, recebeu um novo coração após entrar na fila de transplantes, com urgência, em São Paulo. Nesta segunda-feira (13), ela finalmente teve alta hospitalar!
O coração que renovou a vida de Ana Lívia, veio de Meg Raíssa, também de 3 anos, que teve morte encefálica após complicações de uma cirurgia, no dia 7 de março deste ano, em Cuiabá.
Esperança para outra vida
Na manhã do dia 7 de março, mãe da pequena Meg, Ediliane Fomes Pelinson, recebeu a confirmação da morte encefálica da filha em Cuiabá.
A criança tinha hidrocefalia e a válvula que drenava a água na cabeça quebrou. Após a morte, a família de Meg decidiu que o coração dela poderia ser doado para salvar a vida de outra criança.
“Deus vai receber minha filha bem, e eu vou ficar feliz que ela estará lá em cima, e vai ajudar a outra mãezinha com aquele coração daquela criança que tá na UTI. É complicado você ter um filho na UTI, lutando pela vida”, disse Ediliane, mãe da Meg.
Um dia depois, Ana Lívia entrava na fila de transplantes em São José do Rio Preto, em São Paulo. Ela tinha uma doença chamada miocardiopatia dilatada, que é um coração aumentado de tamanho.
Quando o coração fica grande, perde a força de bombeamento e enfraquece a criança cada vez mais, como explicou o coordenador do Centro do Coração da Criança, do HMC (Hospital Municipal de Cuiabá), Ulisses Crotti.
O novo coração era a última esperança de Ana Lívia e ele apareceu cinco horas depois que ela entrou na fila de transplantes!
Na época, a mãe de Meg desejou muita felicidade para Ana Lívia. Assista abaixo o relato dela:
O processo de transplante
Após a mãe de Meg decidir doar o coração da filha, a equipe médica do HMC começou uma avaliação, que levou mais de 12 horas para realização de vários exames para avaliar se não havia nenhuma contraindicação e se o órgão poderia ficar disponível para captação.
Então, começa a corrida contra o tempo! Essa foi a primeira vez que uma criança doou um coração em Mato Grosso. O órgão foi captado por uma equipe médica de São Paulo.
A partir da captação, eles tinham apenas 4 horas para realizar o transplante e levaram o coração para São Paulo em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira).
Na cidade paulista, a cirurgia que daria uma nova vida à pequena Ana Lívia correu bem, foi um sucesso, segundo os médicos.
Ao sair da cirurgia, a menina ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e se recuperou bem, dentro do esperado pela equipe.
Foram 66 dias internada, até que, nesta segunda-feira (13), Ana Lívia recebeu alta hospitalar.
Gratidão é a palavra! 🫀💛
A mãe de Ana Lívia, Talissa Patrícia Bueno Prado, explicou à reportagem que ver a filha enfrentar o processo de transplante foi doloroso e gratificante ao mesmo tempo. Mas, nesse período ela pôde ver o quanto a filha é forte!
Agora, mãe filha querem ir embora, matar saudade do restante da família, incluindo os três irmãos de Ana Lívia.
Daqui para frente, a criança ainda vai precisar usar medicamentos para controlar a saúde do coração por certo tempo, como explicou a equipe médica do CardioPedBrasil – Centro do Coração da Criança do HCM.
O importante é que, conforme a equipe, a recuperação é boa e, com o tempo, ela vai poder voltar a brincar e frequentar a escola!
Fonte: primeirapagina