A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, deu início neste sábado (27) ao mutirão de cirurgias na especialidade de otorrinolaringologia, com foco em procedimentos de adenoidectomia e amigdalectomia. As primeiras seis cirurgias foram realizadas no Hospital São Benedito, e os atendimentos seguirão ao longo do mês de outubro. No próximo fim de semana, deverão ser operadas 12 pessoas, em sua maioria crianças. Os pacientes recebem alta no mesmo dia.
A otorrinolaringologia é uma especialidade médica que cuida da prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças do ouvido, nariz, garganta, laringe, faringe e também das estruturas relacionadas à cabeça e pescoço.
“A partir de agora, os mutirões passarão a acontecer de forma contínua. A fila de pacientes é extensa, formada desde 2017, e os chamados são feitos pela Central de Regulação, responsável pela gestão da lista. A fila é única, tanto para os pacientes atendidos nos mutirões quanto para os que realizam cirurgias eletivas durante a semana. Todos estão dentro da mesma lista regulada”, explicou o gestor assistencial do Hospital São Benedito, Denealisson Santiago.
O objetivo é acelerar o atendimento e, progressivamente, reduzir e zerar a demanda reprimida. Ao longo dos próximos meses, outros mutirões estão previstos e deverão contemplar especialidades como urologia e cirurgia geral.
“Nós estamos trabalhando junto com a Secretaria Municipal de Saúde para promover ações relacionadas às cirurgias eletivas em Cuiabá. Os pacientes atendidos são encaminhados pela Central de Regulação, a maioria aguardando há bastante tempo, o que pode agravar os problemas de saúde pela não realização do procedimento. A expectativa é realizar aproximadamente 40 procedimentos por mês, para reduzir essa fila e deixá-la mais próxima da realidade”, explicou o diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, Israel Paniago.
Como grande parte do público da otorrinolaringologia é infantil, a demora pode gerar prejuízos, já que essas patologias (adenoide e amígdalas) comprometem a respiração e, consequentemente, a qualidade de vida, podendo até prejudicar a fala.
“Nosso objetivo é realizar os procedimentos para minimizar ao máximo esses problemas e oferecer mais qualidade de vida às crianças atendidas”, afirmou Paniago.
Wallace Fernandes Marchiori, de 6 anos, está entre os primeiros pacientes a realizar a cirurgia de adenoide e amígdalas. Enquanto aguardava a entrada no centro cirúrgico, pintava alguns desenhos. Segundo a mãe, Luara Marchiori Souza Ferreira, a família já tinha perdido as esperanças de conseguir o procedimento. “Estávamos aguardando havia 2 anos e 3 meses. Praticamente desde que nasceu ele tem dificuldade: as amígdalas trancam a respiração e fica difícil até para se alimentar. Agora estou ansiosa, porque foi muito tempo de espera, achei que não ia dar certo”, contou.
A família mora em um sítio no município de Colniza e tem outro menino, gêmeo de Wallace, que sofre do mesmo problema e também precisa de cirurgia. Ela não procurou atendimento antes porque acreditava que não conseguiria. Sem condições de arcar com os custos do procedimento, dependia do SUS. “Mas deu certo. Se eu tivesse feito antes, agora poderia estar fazendo a cirurgia dos dois. Agora vou dar entrada para o atendimento do outro também”, relatou.
Já Nícolas Nunes Silva, de 10 anos, morador do bairro Campo Velho, em Cuiabá, esperou menos tempo: 11 meses. Mas os problemas de saúde vinham de antes. “Há mais de um ano começamos o tratamento, primeiro como bronquite, mas devido a outros sintomas ele foi encaminhado para um médico otorrino no Centro de Especialidades Médicas (CEM), onde foi constatada a necessidade da cirurgia. Foi tudo pelo SUS, sem custos, graças a Deus. Agora a expectativa é grande com o procedimento”, disse a mãe, Adimar Nunes da Fonseca.
Fonte: Prefeitura de Cuiabá
Autor: ELIANA BESS
Foto: Francinei Marans