O recente aumento nos preços do azeite de oliva em Portugal tem levado supermercados a adotarem medidas de proteção antifurto para o produto. Em alguns comércios, os donos passaram a colocar cadeado nas mercadorias.
Medidas como essas não se limitam aos portugueses. Tais práticas se estendem a outros países, como a Espanha, que enfrenta a mesma crise.
O aumento dos preços é atribuído a uma combinação de fatores — incluindo condições climáticas adversas, que afetaram a produção de azeitonas, matéria prima do azeite de oliva. Na , por exemplo, uma das principais produtoras mundiais, a seca severa comprometeu significativamente a colheita, o que impulsionou os preços.
O impacto desse aumento chega até o Brasil, onde o mercado de azeite também enfrenta desafios e altos preços. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o produto sofreu uma inflação de quase 50% em um ano. Na Europa, muitos cidadão apelidaram o produto de “ouro líquido”.
“A oferta a nível global caiu muito, foi para menos da metade, sendo que a demanda não alterou”, explicou João Teixeira, diretor comercial, ao programa Fantástico. “O preço acabou por disparar.”
Porém, a previsão é que o preço comece a cair nos próximos meses, já que a Europa conseguiu uma boa safra neste ano. O continente registrou duas safras ruins, mas a produção de azeite deve crescer 50% — o que ajuda a abaixar os preços no longo prazo.
“Acredito que vai haver mais azeite disponível para os consumidores, o que significa também uma possível queda nos preços”, disse João Teixeira.
Para o especialista, o preço deve começar a cair no Brasil apenas em 2025. A demora ocorre porque a safra que está sendo colhida neste ano deve chegar ao mercado apenas no próximo ano.
Fraudes em azeite aumentam 17% no Brasil
Com o aumento dos preços, criminosos têm fraudado azeites na tentativa de lucrar. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária,
A pasta verificou 106 amostras de azeite e detectou adulterações em 30 produtos. O órgão informou que misturas com óleos vegetais, como soja, e uso de corantes são as fraudes mais comuns.
No primeiro semestre de 2024, o ministério apreendeu 97,6 mil litros de azeite falsificado. O número supera os 82,9 mil litros apreendidos no mesmo período de 2023.
O orienta os consumidores a desconfiarem de preços muito baixos. Além disso, é preciso reparar no aroma: um bom azeite tem cheiro vegetal e frutado.
Fonte: revistaoeste