Um dos principais líderes do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh foi morto na quarta-feira 31 por uma bomba plantada secretamente em uma casa de hóspedes em . A informação foi confirmada por uma autoridade norte-americana e outras sete do Oriente Médio, sendo duas iranianas.
A bomba havia sido escondida por aproximadamente dois meses no local, que é administrado e protegido pelo Corpo de Guardas da Revolução Islâmica e faz parte de um complexo conhecido como Neshat, em um bairro de luxo no norte da capital iraniana.
Haniyeh estava na capital iraniana para a cerimônia de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian. Segundo as autoridades, a bomba foi detonada de forma remota, assim que foi confirmado que o terrorista estava dentro do quarto. A explosão também matou um guarda-costas.
A explosão abalou o prédio, quebrou algumas janelas e provocou o colapso parcial de uma parede externa, de acordo com membros da Guarda Revolucionária.
Haniyeh, que liderou o escritório político do Hamas no Catar, já havia se hospedado no local outras vezes.
Todas as autoridades falaram sob condição de anonimato ao jornal norte-americano The New York Times.
Quem era o líder do Hamas morto no Irã
Nascido em 1962 em um campo de refugiados palestinos, o terrorista Ismail Abdel Salam Haniyeh se envolveu na causa palestina desde muito cedo.
Haniyeh chegou a ser preso por Israel em 1989, mas foi exilado em 1992 junto de vários líderes do Hamas em Marj al-Zuhur, uma “terra de ninguém” na fronteira do Líbano e da Cisjordânia.
Ele retornou a Gaza em 1993 e, em 1997, foi nomeado chefe de gabinete do xeque Ahmed Yassin, líder do Hamas, o que fortaleceu ainda mais sua posição no grupo terrorista.
Em 2006, foi nomeado primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), uma organização que comanda os territórios palestinos em acordo com o Fatah, grupo rival do Hamas.
No entanto, em 2007, Haniyeh foi destituído do cargo pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, quando a votação que elegeu o Hamas para o comando de Gaza foi considerada inválida pelo Fatah.
Com isso, o braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, tomaram o controle de Gaza de forma violenta e expulsaram o Fatah da região.
O Fatah, embora estivesse oficialmente no controle da ANP, passou a comandar somente a Cisjordânia.
Porém, na prática, Haniyeh continuou sendo o líder em Gaza, cargo que deixaria somente em 2014.
Em maio de 2017, Haniyeh foi eleito chefe político do Hamas e se exilou no Catar, onde liderava negociações de forma remota. Apesar disso, o comando em Gaza foi relegado a Yahya Sinwar, enquanto Mohamed Deif lidera as Brigadas al-Qassam junto de Marwan Issa.
Também são considerados importantes líderes do grupo terrorista os fundadores Khaled Meshaal e Mahmoud Zahar.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos classificava Haniyeh como terrorista procurado.
Fonte: revistaoeste