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Invasão de minhocas no Ártico: fenômeno peculiar com possíveis impactos na biodiversidade local

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De acordo com os cientistas, os vermes, como as minhocas, estão pouco a pouco se multiplicando no extremo norte do planeta — região na qual se imaginava que eles não teriam nenhuma condição de sobreviver. Por incrível que pareça, alguns especialistas afirmam que os efeitos da presença de minhocas no Ártico podem incluir um aumento na emissão de gases causadores do efeito estufa e mudanças “irreversíveis” na biodiversidade local.

As minhocas chegaram à gélida região polar com ajuda humana. De acordo com algumas pesquisas, as pessoas estão levando — intencionalmente ou não — minhocas para lugares remotos acima do Círculo Ártico desde o século 19. Os vermes podem ter sido transportados até lá a fim de servirem de isca de pesca para os exploradores.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Minnesota, a presença das minhocas, no entanto, não era notada devido às condições inóspitas para a sobrevivência dessas criaturas. Com o aumento da temperatura na região — que pode ser cíclico, como já demonstrado por cientistas —, os vermes agora conseguem encontrar locais seguros para viver e se multiplicar.

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As minhocas e outros vermes agora têm melhores condições de se multiplicar no Ártico. Foto de Morten Jakob Pedersen na Unsplash | Reprodução

Geralmente, a presença de minhocas no solo atesta a qualidade do terreno, o que significa que a região é rica em matéria orgânica e fertilizantes. Porém, isso significa também que elas podem mudar o equilíbrio natural dos ecossistemas nas zonas árticas. Os cientistas explicam por meio de um exemplo: as minhocas podem incentivar o crescimento de determinadas plantas que não são típicas da região, alterando assim as redes alimentares.

Reprodução hermafrodita

Os vermes também podem ser os responsáveis pela atividade microbiana que pode ajudar a liberar gases do solo, como dióxido de carbono, metano e nitrogênio. De acordo com Jonatan Klaminder, professor de ecologia da Universidade Umea, na Suécia — pesquisador que se dedica ao estudo dos vermes: “As minhocas, pelo menos localmente, são mais potentes na mudança da vegetação do que para a temperatura”.

As minhocas conseguem se reproduzir com notável facilidade, elas são hermafroditas; isto é, têm órgãos reprodutivos masculinos e femininos. Assim, na medida em que elas alteram a química do solo, gramíneas e arbustos tendem a prosperar, substituindo os musgos e os líquens próprios desse tipo de terreno. Como consequência, a presença das minhocas pode prejudicar animais herbívoros locais que podem não se adaptar facilmente às mudanças na oferta de alimentos.

Fonte: revistaoeste

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