O senador democrata Robert Menéndez e o republicano Michael McCaul, dos Estados Unidos, aumentaram a pressão contra o regime do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, enviando nesta sexta-feira, 17, uma carta aos líderes de El Salvador, Guatemala, Honduras e Costa Rica. O documento pede que os países cessem financiamentos do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) ao governo da Nicarágua.
Ambos os membros do Congresso dos EUA exigiram que os líderes centro-americanos aumentassem o escrutínio e a transparência sobre os fundos que o banco entrega a Manágua na forma de empréstimos e financiamentos.
“Instamos seu país a aproveitar sua liderança como membro fundador do BCIE para garantir que os empréstimos do banco não perpetuem a consolidação da ditadura nicaraguense”, diz a carta assinada por Menéndez e McCaul.
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Os dois legisladores lembraram na carta que o regime de Ortega foi acusado pela ONU de cometer crimes contra a humanidade na brutal repressão às manifestações que eclodiram em 2018 contra as reformas de seguridade social decretadas por Ortega e posteriormente a repressão de vozes da oposição como jornalistas, intelectuais e ativistas.
Além disso, o governo também retirou a nacionalidade de mais de 300 pessoas, entre elas os escritores Sergio Ramírez, Gioconda Belli e os jornalistas Carlos Fernando Chamorro e Sofía Montenegro.
Menéndez e McCaul também escreveram em sua carta que o BCIE se tornou o principal financiador do regime de Manágua, que recebeu mais de três bilhões de dólares.
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“Esse financiamento fornece uma tábua de salvação para o regime de Ortegaem um momento de crescente condenação global das violações dos direitos humanos na Nicarágua”, afirmam os parlamentares.
O pedido dos legisladores ocorre um dia depois de um debate organizado pelo Diálogo Interamericano, centro de pesquisas que analisa as relações internacionais no Hemisfério Ocidental, realizado em Washington. O evento contou com a presença do presidente do CABEI, Dante Mossi.
No encontro, Mossi afirmou que na instituição que dirige deixou “a política de lado” na hora de liberar dinheiro para o regime de Ortega. As declarações do presidente do banco multilateral geraram uma onda de críticas.
Fonte: Veja