A cor dos olhos dos seres humanos pode afetar a capacidade de leitura. Em algumas populações europeias, a tonalidade água-marinha tem predomínio, mas os cientistas ainda não sabem explicar o porquê. Em um estudo recente publicado no Reino Unido, pesquisadores sugerem que pessoas com olhos azuis podem ter uma ligeira vantagem em ambientes com pouca iluminação.
Os cientistas Kyoko Yamaguchi e Faith Cain, da de Liverpool, estudaram 39 voluntários durante um teste oftalmológico de 30 segundos de duração com intensidades de luz decrescentes. O grupo era formado por 25 pessoas com olhos azuis e 14 pessoas com olhos castanhos claros.
Os voluntários com olhos azuis brilhantes foram capazes de ler códigos escritos numa parede sob luz significativamente opaca, diferentemente dos seus colegas de olhos castanhos. O coeficiente de capacidade de leitura dos olhos azuis foi de 0,7, contra 0,82 dos olhos castanhos.
A cor dos olhos também está associada à resistência contra doenças
O estudo sugere que a perda de pigmentação na íris foi uma característica selecionada em algumas populações a fim de maximizar a visão em ambientes com pouca luminosidade. Na íris há quantidades variadas de proteínas, como a melanina — responsável pela cor dos olhos.
Os acadêmicos especulam que a evolução concedeu aos seres humanos íris pigmentadas por um bom motivo: pessoas com olhos escuros têm menor incidência de doenças como câncer e degeneração macular (doença que afeta a retina e provoca perda de visão). Assim, é provável que uma íris mais escura dê certo grau de proteção ao seu portador.
Os cientistas ainda não sabem explicar como as adaptações ocorreram. Popularmente, os olhos azuis foram associados ao prestígio e à beleza, conferindo proteção contra o mau humor nas estações escuras do inverno. Por fim, o estudo apresenta também a hipótese de que a pequena era do gelo ocorrida na Europa no período medieval contribuiu para as mutações de cor das íris das pessoas, aumentando o espectro de diversidade do corpo humano moderno.
O artigo científico completo foi publicado no veículo .
Fonte: revistaoeste