“Comigo não funciona ameaça de greve. Se funciona em algum lugar, não posso responder. Com o governador Mauro Mendes, ameaça não funciona”, declarou.
Mauro disse ainda que não conversou com o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Zuquim, sobre o tema, mas destacou que ele tem autonomia para conduzir as decisões dentro do Poder Judiciário.
“Conversar pode sempre, agora ele tem autonomia para fazer, e não fez. Ele tem autonomia para isso, mas dialogar é sempre bom entre os poderes”, afirmou.
O governador também rebateu Zuquim, que declarou que o Judiciário teria recursos suficientes para bancar o reajuste. Segundo Mauro, se o tribunal realmente dispõe de verba própria, não deve pedir suplementação orçamentária.
“Ele não pode pedir então. Não vou dar suplementação para ele. Se ele garantir que não vai pedir suplementação, eu assino embaixo”, provocou.
Mauro Mendes demonstrou preocupação com o possível “efeito cascata” que o aumento pode gerar em outros poderes e órgãos autônomos, impactando o orçamento estadual em cerca de R$ 1,6 bilhão.
“Se der 7% para o Judiciário, por que o servidor da AL não vai querer também mais 7%? Por que o do TCE, o do MP? Por que só o Executivo não vai dar 7%? E aí sim será R$ 1,6 bilhão. Vamos ter que cortar verba que vai para imprensa, verba para prefeitura, cortar estradas e escolas para realocar as despesas”, afirmou.
O chefe do Executivo ainda pontuou que para aumentar a despesa é preciso buscar recursos alternativos e uma das formas seria criar algum novo tributo, adiantando que não tem este plano de aumentar imposto.
“A não ser que crie imposto novo, mas não vou mandar nenhum projeto de imposto novo. Porque, se vai criar despesa nova, tem que criar imposto novo — e eu não vou mandar nenhum projeto para criar imposto. Ou vai ter que cortar investimento. Vamos ter que fazer uma lista de quantas escolas deixarão de ser construídas, quantas estradas e qual hospital vai paralisar ou postergar”, destacou.
O governador também ressaltou a disparidade entre os salários médios do Executivo e dos demais poderes. “Se você aprova para um, o salário médio do Executivo é menor do que o do Judiciário e de outros poderes. Todos os dias recebo gente querendo mais duodécimo. O dinheiro não é meu, é do cidadão. Vamos fazer uma consulta pública: se o cidadão quiser que aprove, eu aprovo. Eu estou aqui cuidando do dinheiro do mato-grossense, não do meu”, disse.
Questionado sobre a presença do presidente do TJMT nos corredores da Assembleia, o governador evitou críticas diretas. “Olha, eu nunca fui nos corredores da AL para pressionar deputados, mas ir lá fazer diálogo não vejo problema nenhum. Lá é a Casa da Democracia, não vejo problema nisso”, finalizou.
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) November 6, 2025
Fonte: leiagora






