Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Hermann Telles, os três principais acionistas da rede varejista Americanas, devem ser convocados para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas fraudes envolvendo a gestão da empresa pelo grupo. A informação é do colunista Elio Gaspari, do jornal Folha de S. Paulo.
Diretores da Americanas, que não possuem ligação direta com os acionistas, venderam R$ 244 milhões em ações, no segundo semestre de 2022 — período coincide com a falência do grupo. Outra parte envolvida no processo são as empresas PwC e KPMG, responsáveis pelas auditorias das contas do grupo. Elas deveriam ter alertado sobre as possibilidades de falência e fraude.
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O atual CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, que já foi ouvido pela CPI, afirma que a PwC e a KPMG podem ter facilitado as irregularidades e ajudado a “maquiar” a situação real da empresa.
Declínio da Americanas
Um relatório mensal dos administradores judiciais da companhia mostra que, desde janeiro até 18 de junho, a varejista fechou 43 lojas no país, e, entre dezembro e maio, a Americanas perdeu quase 10% dos clientes ativos — o número passou de 49,1 milhões para 44,2 milhões, ou seja, quase 5 milhões de clientes a menos.
Das lojas, o total fechado corresponde a um recuo de 2,3% dos 1,8 mil estabelecimentos existentes no início do ano.
O relatório mensal feito pelos escritórios Preserva-Ação Administração Judicial e Escritório de Advocacia Zveiter mostrou ainda que o número de funcionários da varejista saiu de 40,4 mil, em março, para 37 mil em junho, uma queda de 8,5%, o que corresponde a mais de 3,4 mil empregados.
A Americanas pediu recuperação judicial em 19 de janeiro — as dívidas do grupo superam os R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores. Em 13 de junho, citando um relatório independente, feito por advogados da empresa, a companhia admitiu a fraude e culpou a diretoria anterior.
Fonte: revistaoeste