Juliette lança EP e fala sobre investimento em sua carreira musical

Do “você nunca esteve sozinha” para cá, Juliete já lançou dois EPs, um álbum de estúdio e dois álbuns ao vivo. Contrariando haters, alcançou o topo das paradas, fez turnês e viu suas músicas chegaram até a Europa. A carreira musical pode ter começado por acaso após o “BBB”, mas levá-la a sério foi uma escolha. E exige investimentos altos. Em entrevista ao POPline, Juliette abre o jogo sobre os bastidores de sua empreitada musical – com um EP novo, o“Farra”, e um álbum previsto para abril.

“O timing da música é diferente. O investimento é tanto de energia e de tempo quanto de dinheiro. O retorno vem em outros lugares e ele não é no mesmo timing. Eu já investi muito em música, e invisto até hoje. Acho que o retorno de satisfação é maior do que o financeiro, digamos assim. Mas vai chegar um dia que essa balança vai pender para o outro lado, eu espero. Enquanto isso, eu estou só aproveitando mesmo o prazer de fazer o que eu gosto”, diz a cantora.

O EP novo é a sequência do “Esquenta” e traz as músicas “Me Pega”, com Attooxxá e Psirico, e “Eu Vou Aí”, com Henry Freitas. Ambas são composições de Juliette com colaboradores e tratam de flerte e desejo. Ela as define como “músicas para festa”, uma prévia do que será ouvido em seu álbum novo.

Ele terá dez faixas, incluindo as quatro do “Esquenta” e “Farra”. “As partes que eu mais gostava do show eram essas partes bem animadas, bem festa, bem feliz, bem divertida”, conta a artista, “hoje eu tô mais leve, mais tranquila, mais feliz, na vida e na música”.

Ouça a nova da Juliette!

Pé no chão, Juliette faz as contas antes de dar os próximos passos na carreira. Ela adoraria lançar clipes para seu álbum novo, mas cálculos estão sendo feitos. “Provavelmente não será clipe, mas vai ter um conteúdo audiovisual bem interessante. Já tá tudo organizado, tá faltando só (faz sinal de dinheiro)… Entendesse? Tá faltando só um pontapé aí, só gravar”, solta.

“É muito caro. Música é muito cara. Então consciente e tentando fazer um trabalho bonito, porque eu gosto da estética. Eu acho que quando entra uma estética bacana, muda a música completamente. Você consegue sentir de uma forma muito mais bacana. Eu gosto disso. E isso custa muito caro”, completa a queridinha do mercado publicitário desde 2021.

Para Juliette, sua carreira musical ainda é “um bebê”. E ela cuida de todos os detalhes de sua criação. Hoje em dia, seus maiores sonhos envolvem a música. “Quero fazer um show cheio e dizer assim, igual eu pensei quando eu ganhei o ‘Big Brother’: ‘meu amigo, quem diria?’. Quero esse ‘quem diria?’ na música também”, revela. Se depender dos cactos, como são chamados seus fãs engajados, vem aí.

Confira a entrevista completa!

JULIETTE – Cara, é e não é. Quatro anos é muito tempo pra algumas coisas, mas pra música é um bebê ainda. A música tem um tempo próprio, né? A música tem um timing… Às vezes algumas coisas demoram um tempão pra acontecer e outras acontecem em dias. E acabam em dias também. Eu acho que eu tô no meu tempo, de uma pessoa que veio de outros lugares e que tá descobrindo novos lugares. Um passo de cada vez, assim. Mas eu olho e falo “caramba, eu sou muito nova na música”. Mas às vezes eu olho e falo “caramba, eu tenho quatro anos e a gente já conseguiu tudo isso”. É meio um tempo à parte, digamos assim.

JULIETTE – Eu acho que a música e a maquiagem, esse universo de beleza, são 50% e 50% na minha vida. São as coisas que eu amo, que eu me reconheço e que me fazem muito bem. Só que a música requer um trabalho, um esforço. Ela é mais difícil, então ela requer mais atenção. Hoje, as minhas coisas giram muito alimentando esse lugar de música, sabe? E eu adoro. Eu acho que também me faz muito bem, eu fico muito feliz. Me deixa… Como é que eu posso dizer? É um lugar que eu me reconheço mesmo, sabe? Eu me vejo nesse lugar.

JULIETTE – Eu acho que o primeiro disco foi um experimento, né? Foi muito precoce e numa zona de conforto ali, sem ousar muito. No segundo, eu já venho com uma roupagem maior, uma bagagem maior, mas ele pega ali no pop. E agora eu tô mais tranquila, tô mais eu. Eu já tinha algumas músicas e alguns momentos do show nessa pegada. ‘Quase Não Namoro’ é uma dessas. Gostei muito e deu muito certo. E as partes que eu mais gostava do show eram essas partes bem animadas, bem festa, bem feliz, bem divertida. Então, eu tô pegando tudo que eu fiz, filtrando o que eu mais amei fazer, o que o público mais amou acompanhar e alimentando também essa Juliette mais divertida, que eu acho que faltou um pouco nos dois trabalhos anteriores, até pelas fases que eu tava vivendo de pouca segurança, digamos assim. Acho que hoje eu tô mais leve, mais tranquila, mais feliz, na vida e na música.

JULIETE – Eu amo, eu gosto, eu aprecio.

JULIETTE – Eu tô. São as duas épocas que eu mais amo, o Carnaval e o São João. Já vivi grandes carnavais e eu adoro. É uma energia muito forte e é uma alegria. Eu fui pra um bloquinho esses dias e voltei com o maxilar doendo de tanto sorrir. É muito divertido. Acho que a gente precisa desses momentos de ápices de felicidade pra administrar o resto da vida, digamos assim.

JULIETTE – Sim, já acompanhava o trabalho. O Psirico, eu já conhecia pessoalmente. O Àttooxxá, não. Mas o Henry já conheço e também adoro as músicas. Quando eu fui pensar nos feats, não só esses, mas todos os feats que vão ter nesse trabalho, eu pensei na festa perfeita, na festa que ia ter várias sonoridades, que eu ia me divertir em todos os lugares. A que eu ia descer até o chão, a que eu ia dançar um forró, a que eu ia dançar swingueira até suar, o pagodão, o forró, o funk, o brega, o brega funk, óbvio que tudo numa roupagem e numa linguagem minha. Quando eu fiz essa música que vai ser com o Psirico e Àttooxxáe quando eu fiz a com Henry, eu já imaginei eles lá, tocando, cantando, fazendo a bagunça junto comigo. Aí eu fiz o convite, eles somaram com a personalidade deles e as músicas ficaram muito massa.

JULIETTE – Vai, vai ter mais. Deixa eu contar, peraí. Um, dois, três, quatro… Mais quatro.

JULIETTE – Não, mas vai ter muito feat. forró, vai ter mais um pop e vai ter outro mais MPB. Então vai ter de tudo.

JULIETTE – Ah, eu acho que leveza, alegria, festa, extravasar, tudo isso. Acho que quando a gente quer estar numa festa, a gente quer falar sobre isso, sabe? Eu penso muito nesse lugar de festa mesmo. Eu quero falar de tudo isso e tô numa fase também apaixonada, tô numa fase em lua de mel, digamos assim, com boy gostoso, maravilhoso. A gente tem que comemorar todas as fases da vida, né? Então tô fazendo jus a isso: bem amada, pra não dizer outra coisa (sorri).

JULIETTE – Eu já tive várias fases. Eu escrevo muita coisa, principalmente quando eu tô no avião. Eu escrevo vários pensamentos soltos, várias frases soltas. Aí escuto uma frase, escrevo. E nos campings [de composição, com colaboradores], eu chego e falo “quero falar sobre tal coisa, quero falar sobre um flerte de forma tal, quero essa frase, essa frase, essa frase”. E a gente vai pensando em situações, coloca o beat, coloca a base pra tocar e vai compondo. Aí sai uma frase, sai outra frase, junta com outra. É bem gostoso e eu participo de tudo isso. É uma coisa que eu gosto. Acho uma coisa bem artesanal. Desde o meu segundo trabalho, de ‘Ciclone’ pra cá, eu participo de absolutamente tudo. Seja de letra, seja de arranjo, produção, até o gritinho. Tudo, tudo, tudo, eu tô lá.

JULIETTE – Não, ainda tem uma música pra gravar, botar voz. Mas eu já tinha botado voz de base em tudo. E faltam umas coisinhas assim, mas já tá bem encaminhado.

JULIETTE – No total são dez. As quatro dos primeiros EPs: “Boyzinho”, “Quarto Proibido” e essas duas que vão sair agora no “Farra”. Depois vem mais seis, e aí forma dez, né? Sou péssima de matemática, mas é isso mesmo.

JULIETTE – Volto naquela primeira pergunta. Eu acho que o timing da música é diferente. O investimento é tanto de energia e de tempo quanto de dinheiro. O retorno vem em outros lugares e ele não é no mesmo timing. Eu já investi muito em música, invisto até hoje. Acho que o retorno de satisfação é maior do que o financeiro, digamos assim. Mas vai chegar um dia que essa balança vai pender para um outro lado, eu espero. Enquanto isso, eu estou só aproveitando mesmo o prazer de fazer o que eu gosto.

JULIETTE – Acho que eu sempre fui muito respeitada e abraçada por quem importa e por quem tem uma visão de arte justa, ampla e despida de vaidade e ego ou qualquer coisa do tipo. Os maiores nomes da música brasileira me abraçaram fisicamente e não fisicamente, e me falaram coisas maravilhosas. Eles passaram por desafios ainda maiores do que esse que eu passo hoje, então quem sou eu para achar que vou chegar e vou sentar na janela quando tem gente que já está aí correndo há tanto tempo? Uma hora chega, assim como foi no reality, que as pessoas não davam nada por mim e no final me aplaudiram. Eu acho que com a música não é diferente. Estou acostumada a vencer desse jeito. Eu estou muito de boa com isso. Eu tenho muita consciência que eu faço tudo isso com muito amor, com muito esforço e eu acho que o resto é consequência. Sou muito tranquila com isso.

JULIETTE – Meu círculo de amizades só cresceu desde então. Na música, eu tenho essa galera maior como consultores, com quem pego conselhos, sabe? Gil, Caetano, Chico César, Elba, Ivete, Anitta, toda essa galera é o conselho master. E tem a galera que eu tenho amizade e que está no corre, que está construindo, crescendo… Que são grandiosas, mas que são mais… (pensa) Como é que eu posso dizer? Tem o conselho, tem os professores, tem os alunos, tem os estagiários, tem todo mundo, né? Mas eu tenho muitos amigos e cada um com seu lugar especial. Tenho tantos amigos na música, cara: Marina, Anitta, Luísa… Nossa, tem muita gente, sabe? Nattan, Duda… Tem tantos. Eu citaria inúmeros, assim. São vários.

JULIETTE – Eu acho que eu já realizei tantos sonhos. Isso é bem complicado. Toda vez que me perguntam isso, eu fico pensando: “meu Deus, quais são os meus sonhos?”. Na vida pessoal, eu só quero aproveitar tudo o que eu já tenho. Esse é um sonho. Aproveitar tudo o que eu já tenho e seguir sendo feliz, cuidando dos meus, sendo cuidada, feliz mesmo. Na música, eu quero conquistar as pessoas por mérito meu mesmo. Eu quero fazer um show cheio e dizer assim, igual eu pensei quando eu ganhei o “Big Brother”: “meu amigo, quem diria?”. Quero esse “quem diria?” na música também. E ser feliz, porque o resto a gente corre atrás. Às vezes os sonhos até mudam. Uma hora você acha que precisa tanto ter uma casa dos sonhos, e quando você tem, você pensa “agora eu não sei se era esse sonho”. Você muda. É relativo. Acho que eu sou muito grata por tudo que eu tenho, tudo que eu construí, e o meu sonho de verdade é ser feliz e aproveitar tudo.