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Intolerância à lactose: saiba como identificar e prevenir essa condição crônica

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Muitas pessoas convivem com inchaço, gases, cólicas e diarreia após consumir leite ou derivados sem perceber a gravidade da situação. Embora os sintomas possam parecer temporários ou leves, o consumo contínuo de lactose em indivíduos intolerantes provoca danos silenciosos no trato digestivo.

Em entrevista ao Primeira Página, a nutricionista Nádia Lauro explicou que, com o tempo, esse comportamento aumenta o risco de inflamações crônicas e prejuízos na absorção de nutrientes essenciais.

Disbiose e intestino irritável

Um estudo de 2023 do laboratório Genera, com base em 200 mil análises genéticas, revelou que 51% dos brasileiros têm predisposição genética para intolerância à lactose.

A condição acontece quando o organismo produz pouca ou nenhuma lactase, enzima responsável por digerir a lactose (o açúcar natural do leite e de seus derivados). Sem quantidade suficiente dessa enzima, a lactose não é devidamente quebrada durante a digestão e chega intacta ao intestino, provocando sintomas como gases, inchaço, cólicas e diarreia.

Segundo Nádia, quando a lactose não é digerida corretamente, ela fermenta no intestino, o que desequilibra a flora intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias nocivas e desencadeando a disbiose intestinal.

Esse desequilíbrio da flora intestinal pode evoluir ainda para a síndrome do intestino irritável (SII), caracterizada por cólicas recorrentes, distensão abdominal e alterações no funcionamento do intestino. Além disso, estudos apontam que a disbiose prejudica a absorção de vitaminas e minerais, o que pode agravar carências nutricionais.

Doença de Crohn e inflamações crônicas

A nutricionista ressalta que, em casos prolongados, a irritação constante da mucosa intestinal pode aumentar o risco de doenças inflamatórias, como a Doença de Crohn: condição crônica e incurável que provoca inflamação persistente em todo o trato gastrointestinal.

Indivíduos negligentes podem ter uma dieta severamente restrita, sofrendo com dores, diarreia constante e aumento do risco de complicações sistêmicas.

Alergias alimentares e comprometimento imunológico

O desgaste da mucosa intestinal cria pequenas fissuras, conhecidas como leak-gut, que permitem a passagem de partículas alimentares não digeridas para a corrente sanguínea.

Nádia Lauro explica que isso pode estimular o sistema imunológico, aumentando o risco de novas alergias alimentares e inflamações sistêmicas. Pacientes podem desenvolver reações inesperadas a alimentos antes bem tolerados, complicando ainda mais a dieta.

Impactos neurológicos e cognitivos

O eixo intestino-cérebro é uma área de estudo em expansão. De acordo com a nutricionista, pacientes com intolerância à lactose não tratada podem apresentar sintomas como falhas de memória, dificuldade de concentração, alterações no humor e prejuízos na coordenação motora.

O desequilíbrio intestinal crônico pode alterar a absorção de nutrientes essenciais para o cérebro, como vitaminas do complexo B e magnésio, agravando o impacto neurológico.

Prevenção é o melhor tratamento

Evitar derivados do leite, utilizar enzima lactase sob orientação profissional e incluir alternativas vegetais ricas em cálcio, como couve, brócolis e sementes, são medidas essenciais para manter a saúde intestinal e geral (clique aqui para ver os cuidados com certos produtos, opções de queijos e outros alimentos sem lactose e alternativas para obter cálcio).

O acompanhamento com nutricionista garante que a dieta continue equilibrada, evitando déficits nutricionais e complicações a longo prazo.

“Tratar a intolerância é simples. Difícil é lidar com as doenças que surgem quando ela é ignorada”, alerta a nutricionista Nádia Lauro.

Fonte: primeirapagina

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