Sem surpresa alguma, a InteligĂȘncia Artificial dominou o Web Summit Lisboa 2024. Nos palcos portugueses, entre os dias 11 e 14 de novembro, o tema foi amplificado pelos speakers de diversas ĂĄreas. Parecia haver um consenso natural entre os palestrantes do evento: a inteligĂȘncia artificial estĂĄ moldando o jeito como trabalhamos, vivemos e, claro, a forma como imaginamos nosso futuro. Nesta edição o Web Summit atinge o marco de mais de 70 mil participantes.
Em especial para as profissĂ”es criativas, a IA tem se revelado ao mesmo tempo fascinante e desafiadora. Em todas as palestras que assisti, senti uma inquietação comum: a necessidade de entender o espaço ocupado pela IA e o que cabe ao talento humano. Como uma boa dupla que procura ideias brilhantes como diamantes, o papel da IA Ă© ajudar na pesquisa, organizar referĂȘncias e rascunhar esboços. No entanto, cabe aos humanos concluir tudo isso. Um cava, o outro lapida.
Ao final do dia, Ă© preciso entender que, haja a IA que houver, um botĂŁo nunca se apertarĂĄ sozinho. âHumanos começam e humanos terminam o trabalhoâ, disse Don McGuire, Chief Marketing Officer da Qualcomm, durante a palestra âMarketing Mastery in the AI Eraâ. A IA Ă© a picaretada inicial na mineração das ideias, mas ela nunca deve ser a joia da coroa.
Como foi dito em mais de uma ocasiĂŁo, prompts (ou diamantes) nĂŁo brotam do nada, eles vĂȘm de perguntas formuladas por cabeças pensantes, de insights que pedem mais do que uma resposta rĂĄpida. Usar IA com propĂłsito Ă© como saber que ideias de alto quilate exigem sensibilidade.
Ao final do evento, o que ressoava entre as 70 mil pessoas que estiveram em um dos maiores festivais de inovação do planeta era a ideia de que estamos diante de uma tecnologia brilhante, mas que a beleza, parafraseando o antigo poeta, sempre estarĂĄ nos olhos de quem a vĂȘ.
Fonte: gazzconecta