A partir de fevereiro, o HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados) passa a oferecer atendimento especializado para adolescentes com foco na prevenção da gravidez na adolência. A iniciativa busca conscientizar jovens e suas famílias sobre os impactos da gestação precoce, promovendo reflexões sobre escolhas e responsabilidades.
O serviço, disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é voltado para jovens de 10 a 19 anos e inclui orientações sobre contracepção, prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e saúde ginecológica.
Além disso, o atendimento aborda temas como alterações menstruais, cólicas, higiene íntima, comportamento e qualidade de vida.
Uma das estratégias oferecidas pelo hospital é o Implanon, um implante anticoncepcional de longa duração.
O método está disponível para jovens mães que deram à luz no HU-UFGD, ainda durante o período de internação, com o objetivo de prevenir uma nova gestação em curto prazo.
Gravidez na adolescência
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a gravidez na adolescência, especialmente entre meninas de 10 a 15 anos, representa um desafio de saúde pública, trazendo riscos físicos e emocionais.
Dados preliminares do Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos) indicam que, em 2024, foram registrados 172.857 nascimentos de bebês de mães entre 8 e 19 anos no Brasil, reforçando a urgência de políticas preventivas.
Fatores sociais e culturais influenciam diretamente esses índices. Muitas vezes, observa-se um ciclo geracional em que mães adolescentes criam futuras mães adolescentes, evidenciando a falta de acesso à educação sexual e ao planejamento familiar.
A gravidez precoce pode trazer impactos significativos na vida das jovens, como dificuldades para continuar os estudos, desafios financeiros e impactos no convívio social.
Além disso, adolescentes gestantes estão mais suscetíveis a complicações de saúde, como hipertensão arterial, diabetes gestacional, baixo peso do bebê e sífilis.
A orientação adequada é um dos principais caminhos para a prevenção da gravidez na adolescência. O acompanhamento ginecológico antes do início da vida sexual é recomendado, permitindo que os adolescentes recebam informações seguras e tirem dúvidas sobre os diferentes métodos contraceptivos.
Entre as opções mais eficazes estão os métodos reversíveis de longa duração, como o implante subcutâneo de etonogestrel e o DIU hormonal, que oferecem alta taxa de proteção e praticidade.
Além do acesso a serviços de saúde, a educação sexual, tanto na escola quanto em casa, desempenha um papel fundamental na conscientização dos jovens.
O diálogo aberto, o suporte das famílias e políticas públicas eficazes são essenciais para reduzir os índices de gravidez na adolescência e garantir um futuro com mais oportunidades para os jovens.
Fonte: primeirapagina