Na propriedade de 800 hectares em Mafra, região do planalto-norte de Santa Catarina, Carlos Eduardo Pigatto é mais um produtor da nova geração do agro brasileiro. A paixão herdada do bisavô Saturnino Anastácio e as memórias marcadas por uma infância no campo desenham o sonho de ver seus filhos seguindo os seus passos.
Do nado em meio as cargas de soja e milho na infância a uma tecnologia que possibilita uma produção de milho que alcança tetos produtivos de 290 sacas de produtividade por hectare, Carlos Eduardo viu muita coisa mudar no universo do agro.
A decisão em fazer agronomia lá atrás, segundo ele, ainda seria a sua primeira opção se perguntassem se retornaria para uma carteira da faculdade.
Atrapalhado para trabalhar com anotações em papel, como na época do bisavô Saturnino, o jovem produtor catarinense conta ao segundo episódio do Especial Mais Milho, que integra a 9ª temporada do projeto Mais Milho, que a tecnologia cada vez mais é uma grande aliada da produção de alimentos, não somente em ganho de produtividade, mas, principalmente, sustentabilidade.

Os 800 hectares da propriedade são divididos na primeira safra entre soja e milho, enquanto na safra de inverno tais grãos dão espaço às culturas de inverno, como a aveia e mixes de cobertura.
Ao projeto do Dia de Ajudar, Carlos Eduardo comenta ainda que a região onde possui a propriedade é uma região que necessita de matéria orgânica para a conservação do solo, daí a realização de rotação de culturas na área.
“Na nossa propriedade fazermos a rotação de 50%. Se um ano vai milho, no outro vai soja. Sempre isso. É o que vem nos dando esse incremento de produtividade tanto no milho quanto na soja e é uma parte ecológica da situação também, porque hoje em dia temos que pensar muito nisso”, diz.
É preciso que as tecnologias se conversem
Formado na PUC do Paraná, o produtor está sempre em busca de novas tecnologias, pois conforme ele, “fazer o mesmo que todo mundo não mudaria nada”.
“Vendo o meu pai, a fazenda dele já era uma fazenda com a tecnificação alta. Então eu entrei nessa para trazer tecnologia. Fui atrás de materiais novos, agricultura de precisão e desde então está dando certo. Estamos tendo boas produtividades, bons resultados”.

Na avaliação do produtor, as ferramentas tecnológicas ofertadas pelo mercado são imprescindíveis. Contudo, ressalta que é preciso, também, que elas se comuniquem entre si para que os resultados esperados sejam obtidos.
“Eu peguei toda a tecnologia evoluindo. Você tem que ter uma análise e uma programação desde a compra dos equipamentos até o fim para que as tecnologias se conversem, porque cada máquina vem com um sistema diferente. Às vezes você compra um monte, gasta um monte em tecnologia e não consegue fazer uma coleta de dados corretamente”.
A busca por alto teto produtivo no milho
O plantio da primeira safra na propriedade de Carlos Eduardo em Mafra começa sempre no dia 15 de setembro. Hoje, por lá, os trabalhos estão dedicados para a colheita e os primeiros resultados são considerados positivos pelo produtor.
“Essa safra foi uma safra muito boa. Tivemos um pouquinho de seca no começo de janeiro, mas não chegou a prejudicar muito. A safra anterior foi bem problemática, então essa safra estamos bem contente e tendo boas produtividades. Até agora não colhemos nada abaixo das 200 sacas”.

Sobre a produtividade média geral da propriedade, Carlos Eduardo afirma ser cedo para dizer, mas que as perspectivas são boas.
“Já chegamos a 270 sacas por hectare. Mas, a ideia é superar isso. É chegar às 300 sacas por hectare. Quem sabe esse ano tem algum pedacinho?”.
Para alcançar tais tetos produtivos, Carlos Eduardo afirma que a escolha dos materiais é de sua importância.
“Estamos sempre por dentro do que tem de novidade e hoje em dia estamos plantando os materiais da Agroceres e Agroeste, que são empresas que estão despontando no mercado com híbridos com maior caixa produtiva. No passado tivemos uma área em que chegamos a colher 290 sacas por hectare. É isso o que faz a gente pensar e escolher quais são as melhores variedades para usar na fazenda”.
Tal recorde foi batido na propriedade há dois anos, relata o RTV da Bayer/Sementes Agroceres, Daniel Ceconi.
“Esse ano estamos com um híbrido que performa muito bem no sul do Brasil. É um produto que apresenta uma caixa produtiva muito boa, tem uma estabilidade muito boa e o ciclo dele é rápido. É um produto que se encaixa como uma luva nessa e em outras propriedades”.

Milho é uma planta espetacular
Apesar de ser uma cultura com bons resultados em produtividade diante do emprego de tecnologia, o custo de produção do milho também é alto.
“Essa é uma questão complicada, porque para você produzir grandes quantidades vai ter que gastar mais. Só que o milho é uma planta espetacular. Se pensar que de uma semente você vai plantar 80 mil sementes por hectare e vai colher 17, 18 toneladas. É uma planta fascinante se for ver em termos de produção. Então você tem que fazer o investimento. Se você não investir, não fizer investimentos altos, você não vai ter essas produções altas e ela compensa na rentabilidade”.
Além de auxiliar na rentabilidade da propriedade, o cereal é considerado importante para o ambiente produtivo.
“A importância dele aqui na nossa região chega a ser essencial, porque você precisa de matéria orgânica. Nós não temos um solo fértil por natureza. Então para gerar matéria orgânica que vai te trazer estrutura de solo, retenção de água, te trazer todos os benefícios de uma adubação verde que o milho vai ter, só o milho mesmo. Porque, por mais que você faça o seu plantio direto na palha usando aveia, por exemplo, você não vai ter a quantidade de carbono que o milho vai colocar no sistema”, salienta Carlos Eduardo.
O produtor frisa ainda sobre a importância do milho que vê o cereal para a sua região “como a chave do negócio para obter altas produtividade, tanto nele quanto na soja, porque ele vai agregar na soja também”.
Ao olhar para o futuro, Carlos Eduardo afirma que “é até difícil de se imaginar”, principalmente no que tange a tecnologia.
“Essas coisas tecnológicas elas vêm de um jeito que você imagina que viria de um jeito e vem de outra forma. Eu acho que isso não para por agora. Tem muita coisa nova vindo no mercado”.
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Fonte: canalrural