O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026, apresentado pelo governo federal, foi alvo de críticas do Instituto Livre Mercado (ILM) por conter projeções consideradas irreais para a economia. O texto prevê crescimento de 2,5% do PIB, enquanto a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, estima alta de apenas 1,6%.
A divergência de 0,9 ponto porcentual compromete a credibilidade da meta fiscal, segundo posicionamento da ILM publicado nesta terça-feira, 22. O governo projeta superávit primário de R$ 34,3 bilhões (0,25% do PIB), mas a IFI prevê déficit de R$ 128 bilhões (0,95% do PIB).
As diferenças entre os cenários também incluem a projeção de inflação, estimada em 3% pelo governo, contra 4,4% segundo a IFI; a taxa Selic, que, de acordo com o órgão do Senado, deve permanecer em 12,5% ao ano; e o endividamento, com a até 84% do PIB em 2026, de acordo com as estimativas da IFI.
Para alcançar as metas estabelecidas, o governo teria que arrecadar mais de R$ 100 bilhões em receitas ainda não detalhadas. Isso sem considerar os R$ 55 bilhões em precatórios que, por decisão judicial, ficarão fora da meta fiscal.
PLDO deve afetar economia
Para o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), o PLDO é uma “peça de ficção orçamentária”. “Ignora os gatilhos fiscais, empurra o rombo para 2027 e tenta maquiar uma crise fiscal iminente”, criticou. “O governo joga para debaixo do tapete a realidade das contas públicas e transfere a bomba para o próximo mandato.”
Já o deputado Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que o Congresso deve resistir à proposta do novo orçamento. “O Brasil precisa de responsabilidade, não de populismo e promessas fajutas”, disse o parlamentar.
Para o jornalista de economia Adalberto Piotto, de , a LDO de 2026 é “uma peça de ficção do governo ao superestimar receitas com fontes incertas”. Ele afirma que o texto revela “a previsão de colapso das contas públicas” e denuncia que o governo Lula, mesmo com crescimento do PIB, e nem melhora a eficiência da máquina.
Piotto alerta que, segundo projeções da própria equipe econômica, “pode faltar dinheiro para pagar as contas da máquina administrativa em 2027”, o que inclui gastos básicos como luz, combustível e manutenção das Forças Armadas. Ele conclui que a irresponsabilidade do governo Lula “está armando uma bomba que vai explodir nas mãos do próximo presidente”.
Fonte: revistaoeste