O lĂder do governo no Congresso Nacional, (PT-CE), disse, nesta terça-feira, 9, que pediu ao presidente da CĂąmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a retirada da urgĂȘncia constitucional do Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, dos motoristas de aplicativos.
âAtendendo ao pedido dos lĂderes da base na CĂąmara dos Deputados, encaminhamos ao governo e ao presidente da CĂąmara dos Deputados, Arthur Lira, a retirada da urgĂȘncia constitucional do PLP 12/24, que regulamenta o trabalho por aplicativos dos trabalhadores autĂŽnomos por direitoâ, escreveu no Twitter/X GuimarĂŁes.
Mais cedo, ele se reuniu com lĂderes da base do governo na CĂąmara. Conforme apurou , o tema tambĂ©m Ă© tratado na reuniĂŁo de lĂderes partidĂĄrios que ocorre na ResidĂȘncia Oficial da CĂąmara dos Deputados.
Apresentado pelo governo do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva em 4 de março, o projeto foi recebido com diversas crĂticas por grupos que representam a classe dos motoristas de apps. Segundo o petista, a ideia Ă© manter a âautonomiaâ dos motoristas com um âmĂnimo de garantiaâ trabalhista.
Entre os principais pontos do projeto estĂŁo:
- A jornada de trabalho pode chegar a 12 horas por plataforma;
- O motorista que cumprir oito horas diårias não poderå receber menos do que R$ 1.412;
- A criação da categoria âtrabalhador autĂŽnomo por plataformaâ;
- As mulheres terĂŁo acesso a direitos previdenciĂĄrios previstos no auxĂlio-maternidade;
- O motorista poderĂĄ escolher quando trabalhar, e nĂŁo haverĂĄ vĂnculo de exclusividade;
- Haverå um sindicato da categoria;
- A transparĂȘncia sobre as regras de oferta de viagens;
- O trabalhador deverĂĄ ter remuneração mĂnima;
- A hora trabalhada deverĂĄ ter valor mĂnimo de R$ 32,10.
As novas regras previstas no PL dos motoristas de aplicativo nĂŁo significam vĂnculo empregatĂcio entre o motorista e o empregador, o aplicativo. Desse modo, eles nĂŁo estarĂŁo inclusos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Essa Ă© uma demanda da categoria, pois elimina a possibilidade de que eles sejam obrigados a trabalhar para apenas uma empresa, por exemplo, ter de escolher entre Uber ou 99.
Se o PL dos motoristas de aplicativo for aprovado pela CĂąmara e Senado, os motoristas passariam a trabalhar na categoria âtrabalhador autĂŽnomo por plataformaâ e todos os direitos previstos passariam a valer.
No entanto, eles passariam tambĂ©m a contribuir com o INSS para ser segurados pela PrevidĂȘncia Social. As empresas tambĂ©m serĂŁo obrigadas a contribuir com um porcentual para cada trabalhador.
Os motoristas terĂŁo de recolher 7,5% de contribuição, e as empresas que comandam os apps terĂŁo de recolher 20% de contribuição. Nessa esteira, o governo calcula arrecadar R$ 280 milhĂ”es para a PrevidĂȘncia.
Representantes da classe de motoristas, contudo, criticam a exclusĂŁo nos debates, a jornada de trabalho, o pagamento mĂnimo por hora e previdĂȘncia social.
âO projeto de lei deve ser completo, sem deixar brechas para serem resolvidas posteriormenteâ, disse Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo do Estado de SĂŁo Paulo (Amasp). âEnfatizando a necessidade de uma legislação que satisfaça completamente as demandas da categoria.â
Conforme Souza, o projeto abre âmuitas brechas para que sindicatos interfiram, obrigando os motoristas de aplicativos a aceitarem condiçÔes indesejadasâ.
Fonte: revistaoeste