O líder da oposição na Venezuela, Edmundo González, declarou em um artigo publicado nesta sexta-feira, 7, pelo jornal espanhol El País que seu genro, Rafael Tudares, foi sequestrado pelo regime de Nicolás Maduro e está desaparecido.
“Sou o presidente eleito por mais de 7,5 milhões de venezuelanos e reconheço em cada voto a vontade de mudança no meu país”, escreveu González. “Mas hoje também sou apenas mais um venezuelano. Estou vivendo o que milhares de meus compatriotas sofreram: tenho um parente sequestrado pelo Estado.”
No artigo, o opositor contou que Tudares foi detido em 7 de janeiro, enquanto levava seus filhos para visitar a avó.
Genro de González foi levado à Justiça em fevereiro
Segundo o site Efecto Cocuyo, o genro de González foi apresentado à Justiça venezuelana no dia 24 de fevereiro, acusado pela ditadura chavista de participar de uma conspiração do sogro “contra a República”.
No entanto, Tudares compareceu à audiência sem assistência de um advogado particular. Mariana González, mulher dele e filha de Edmundo González, afirmou em 1º de março que não teve qualquer contato com o marido desde sua prisão, mesmo depois de procurar informações em diferentes centros de detenção.
“Rafael está sendo mantido em desaparecimento forçado apenas porque é meu genro, apesar de a Constituição venezuelana estabelecer que a responsabilidade criminal de uma pessoa não pode ser estendida aos seus familiares”, escreveu González.
“É a história de muitas famílias venezuelanas que vivem em constante incerteza, ameaçadas e perseguidas”, acrescentou o oposicionista, que chamou o genro de refém do regime de Maduro.
Desde setembro, González está exilado na Espanha, depois de a Justiça chavista decretar sua prisão.
Fonte: revistaoeste