A recaptura de um condenado que vivia foragido desde 2020 reacende o debate sobre a eficácia das operações interestaduais para conter a migração de investigados entre regiões do país. O caso mais recente, que envolveu equipes de Nova Mutum e do estado de Santa Catarina, mostra como a cooperação entre unidades policiais tem sido decisiva para interromper tentativas de fuga prolongada do sistema de Justiça.
Segundo informações confirmadas pela Polícia Civil, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Nova Mutum, em parceria com a corporação catarinense, localizou e deteve, na quinta-feira (23), um homem condenado pela Justiça de Mato Grosso a mais de 17 anos de prisão. A ação foi desencadeada após o avanço de diligências conduzidas pela equipe mato-grossense, que identificou o paradeiro do investigado fora do estado.
O mandado de prisão estava ativo desde 2020, e a emissão da ordem judicial imposta ao condenado segue o que determina o Código de Processo Penal em casos de pena definitiva (Art. 283). A partir da confirmação do endereço, a Polícia Civil de Santa Catarina foi acionada e cumpriu a decisão judicial, conduzindo o homem à custódia. Para o leitor, um dado que chama a atenção: desde 2022, o Ministério da Justiça registrou um aumento de aproximadamente 18% nas capturas de foragidos localizados em outros estados, reflexo do fortalecimento dos bancos de dados integrados e do intercâmbio de informações entre forças de segurança.
Integração que muda o resultado
Esse tipo de operação coordenada tem sido tratado por especialistas como peça-chave no enfrentamento à criminalidade organizada e na prevenção de que investigados encontrem rotas de fuga. Vale observar que, em março de 2024, um relatório do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia indicou que pouco mais de 30% dos foragidos recapturados no Brasil foram detidos em unidades federativas diferentes daquelas onde cometeram os crimes. O caso envolvendo a Derf de Nova Mutum se encaixa exatamente nesse cenário, reforçando a tese de que a cooperação técnica entre delegacias especializadas tende a ser um dos caminhos mais eficazes para reduzir a sensação de impunidade.
É legítimo o leitor se perguntar: por que foragidos conseguem se manter escondidos por tanto tempo? Além da mudança frequente de endereço, muitos utilizam cidades médias e pequenas de outros estados para tentar se misturar ao cotidiano local. No entanto, o avanço tecnológico — como softwares de cruzamento de dados, monitoramento de redes e compartilhamento de inteligência — encurtou essa margem de manobra. A captura desta semana ilustra justamente essa mudança de paradigma.
Impacto para as comunidades
Embora o cumprimento de mandados de prisão possa parecer uma etapa meramente burocrática, sua execução tem impacto direto na sensação de segurança da população. Comunidades que percebem a efetividade do Estado em localizar e responsabilizar condenados tendem a cooperar mais com denúncias anônimas e fornecer informações que auxiliam novas investigações. E isso importa: em 2024, o Disque-Denúncia contabilizou aumento de 12% nas ligações relacionadas a paradeiros de investigados, indicando maior participação social no combate ao crime.
O caso ainda reforça a necessidade de manter canais de denúncia ativos e acessíveis. Em situações como essa, qualquer informação detalhada — e repassada com segurança — pode acelerar o desfecho de buscas que, muitas vezes, se arrastam por anos.
O leitor que desejar contribuir com investigações pode recorrer ao 197 da Polícia Civil ou ao 190 da Polícia Militar, preservando o anonimato. Conforme relatado pela corporação catarinense, a operação foi bem-sucedida e cumpriu sua finalidade principal: impedir que condenados permaneçam à margem da lei.
O caso foi detalhado pela Polícia Civil em comunicação oficial às equipes regionais.
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Fonte: cenariomt






