Desde o silêncio, à força da intimidade, pertence àquela categoria de filmes que desarmam o espectador. Lançado em 2021 e dirigido por – que se baseou em sua própria peça teatral –, essa história sobre a fragilidade da memória e o amor entre um pai e uma filha é uma experiência tão íntima quanto devastadora.
Nele, e brilham em duas de suas melhores atuações na carreira, mergulhando o espectador na perplexidade, na ternura e na angústia de uma mente que começa a se esvair. O longa-metragem oferece uma visão profundamente humana do declínio da memória, retratando-a com realismo e sensibilidade ímpares.
QUAL É A HISTÓRIA DE MEU PAI?
Na trama, conhecemos Anthony, um homem de 80 anos que sofre de demência progressiva. Suas memórias se confundem, rostos mudam e a própria casa se torna um palco cheio de estranhos. Sua filha, Anne, tenta cuidar dele com paciência, mas o peso de ver o pai desaparecer lentamente a oprime. Às vezes, ele a trata com frieza, outras vezes, nem a reconhece. Em meio a essa névoa, o filme consegue fazer com que o espectador compartilhe a desorientação do personagem, vivenciando a perda da realidade de forma avassaladora.
Estreante no cinema, a direção de Zeller é tão meticulosa quanto empática. A estrutura narrativa de Meu Pai brinca com a confusão do protagonista a tal ponto que, como observadores, temos dificuldade em distinguir o que é real do que não é, criando um labirinto do esquecimento brilhante e ao mesmo tempo perturbador.
A fotografia de e a edição de contribuem para essa excelência, mantendo uma sensação de continuidade mesmo quando o espaço e o tempo são errantes. Aqui, pequenos detalhes – como uma pintura que desaparece, um cômodo que muda de cor ou uma voz que não soa mais a mesma – criam uma atmosfera na qual o caos se torna quase tangível.
Tudo isso resultou em uma das maiores obras cinematográficas do século, contando com seis indicações ao Oscar na 93ª edição da cerimônia. A vitória veio nas categorias de Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, consagrando Hopkins e , respectivamente.
No fim das contas, Meu Pai não é apenas um filme sobre a demência, mas uma epopeia sobre o amor incondicional, a impotência diante da passagem do tempo e a inevitável fragilidade daqueles que amamos. Para os interessados, o longa está disponível para aluguel e compra no , assim como na Apple TV.
Fonte: adorocinema