se consolidou como o maior sucesso de bilheteria do verão estadunidense de 2025. Com arrecadação global próxima a 850 milhões de dólares, o filme superou concorrentes de peso como o novo , de , que rendeu cerca de 200 milhões a menos, além da última parte de , que teve desempenho abaixo do esperado.
O longa-metragem também vem registrando bons números no mercado digital, confirmando a força da franquia. Apesar disso, o resultado esconde uma tendência preocupante. O filme arrecadou menos que (2022), que ultrapassou 1 bilhão de dólares, mesmo com críticas negativas.
Antes dele, já havia lucrado menos que o primeiro (2015). A trajetória mostra queda progressiva, ainda que a recepção de Recomeço seja vista como mais positiva apenas em comparação aos dois anteriores.
Jurassic World: Recomeço não foi tão ousado quanto os outros filmes da franquia
Um dos fatores de desgaste foi a rapidez com que a nova produção chegou aos cinemas. Três anos após Domínio, muitos fãs ainda viam aquele longa como o encerramento da história, especialmente por reunir os protagonistas da trilogia original e dar desfecho ao arco de Alan Grant e Ellie Sattler. O retorno tão imediato pode ter reduzido o impacto de Recomeço, que acabou adotando um tom considerado seguro demais para justificar o título de “renascimento”.
A trama trouxe como principal novidade o Distortus Rex, híbrido apresentado em uma sequência inicial de forte impacto. Mantido em um laboratório na ilha, o animal escapa após uma falha de equipamento, provocando a morte de um cientista em uma cena que remeteu ao clima de horror dos primeiros filmes da saga. No entanto, esse tom sombrio logo desaparece, e mesmo o retorno da criatura ao enredo não mantém a intensidade prometida.
Essa falta de ousadia é apontada como uma das principais fragilidades do longa. Há poucas mortes, os personagens raramente parecem em risco real e, quando o suspense retorna em uma cena ambientada em uma loja abandonada, a sequência acaba soando como repetição de momentos já vistos em (1993).
Especialistas apontam que o caminho para revitalizar a marca pode estar justamente no que o prólogo de Recomeço sugeriu: apostar em uma abordagem mais próxima do terror, com ambientes fechados, maior sensação de ameaça e menos dependência de referências nostálgicas. Para isso, no entanto, seria necessário dar um intervalo maior entre produções, permitindo que o público volte a sentir falta da franquia.
Com a perspectiva de um novo filme praticamente garantida, o desafio da Universal Pictures será encontrar o equilíbrio entre o apelo comercial consolidado e a necessidade de inovação. Caso contrário, o desgaste da fórmula pode comprometer a longevidade de uma das sagas mais lucrativas do cinema.
Fonte: adorocinema