Christinny dos Santos
Única News
O técnico de enfermagem Hélcio José dos Santos, achado morto no banheiro do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, ficou desaparecido quase 20 horas durante seu turno de serviço, antes de ser encontrado pelos colegas de trabalho. A filha do profissional, Danieli dos Santos, se manifestou nas redes sociais e afirmou que o fato de não “sentirem a falta do pai” por tanto tempo, mesmo devendo estar trabalhando, demonstra descaso.
Hélcio desapareceu pouco depois de assumir seu plantão na noite de domingo (20). Ele foi achado, já sem vida, na tarde do dia seguinte, uniformizado, sentado no sanitário no interior do banheiro masculino da própria Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde trabalhava. Em seu bolso foram encontrados frascos de medicamentos. O caso foi registrado pela Polícia Civil como “morte a esclarecer, sem indícios de crime” e será investigada.
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) emitiu nota lamentando a morte de Hélcio e informou que, apesar de a morte não ter indícios de violência, acompanhará o caso, sobretudo por “por se tratar de um óbito ocorrido em ambiente de trabalho”.
Indignada, Danieli questionou o porquê de não estarem falado sobre o número de horas que o pai ficou desaparecido: “Interessante que se manifestam, ma ninguém fala que meu pai ficou sem vida dentro de uma banheiro de uma UTI e foi encontrado depois de quase 24 horas depois. O descaso com o profissional!”, escreveu.
Danieli ainda continuou, expondo questionamentos considerados pertinentes: “As perguntas para as quais queremos respostas: como um funcionário desaparece do plantão e não fazem nada?; onde estava a equipe?; o enfermeiro responsável?; quem assumiu os pacientes dele?; como foi feita a passagem de plantão faltando um funcionário?; os pertences dele ainda estavam lá, onde ele havia deixado no balcão. Precisamos de respostas, já que não teremos mais ele”.
A jovem também usou as redes sociais para se despedir do pai, ainda demonstrando não entender, segundo ela, o descaso que aconteceu com o pai.
“Eu nunca irei aceitar como tudo aconteceu. Saber que você agonizou dentro de um banheiro, do seu local de trabalho, por três horas e que somente depois de 20 horas foram te achar, já quase em estado de decomposição. Isso me dói, você não merecia, aliás, nenhum ser humano merece. A gente te ligando o dia todo e você já não estava mais aqui. Que dor!”, escreveu Danieli.
O caso
Imagens de câmeras de segurança revelaram que, na noite anterior, por volta das 19h30, o técnico saiu da UTI, foi até a farmácia do hospital, pegou um medicamento e, em seguida, entrou no banheiro. O local em que Hélcio estava, estava trancado e os profissionais que o procuravam precisaram arrombar a porta, só aí o encontraram. Mas, ele já estava sem vida.
O secretário de saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, afirmou que não há informações sobre o comportamento do profissional nos dias anteriores e reforçou que o medicamento retirado ainda será identificado pelas autoridades policiais. A pasta emitiu nota sobre a morte do profissional que era terceirizado. Confira abaixo.
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), por meio da diretoria do Hospital Metropolitano, informa que um técnico de enfermagem que atuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi encontrado sem sinais vitais em um banheiro do hospital. A constatação da morte foi feita após o arrombamento da porta do banheiro, que estava trancada. O profissional prestava serviço para uma empresa contratada pela unidade. Imediatamente após a constatação do óbito, o Hospital Metropolitano acionou a Politec, que já realiza a perícia. Até o momento, não há indício de que o servidor tenha sido vítima de violência.”
A nota do Coren
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) lamenta, com profundo pesar, a morte do técnico de Enfermagem Hélcio José dos Santos, ocorrida nesta segunda-feira (21), no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. O profissional foi encontrado sem vida em um dos banheiros da unidade, onde atuava na UTI, por meio de empresa terceirizada.
De acordo com informações preliminares divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), não há indícios de violência. As causas da morte serão investigadas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) que foi acionada pela direção do hospital.
O Coren-MT acompanhará as apurações sobre o caso e reforça a necessidade de esclarecimento dos fatos, especialmente por se tratar de um óbito ocorrido em ambiente de trabalho.
Neste momento de dor, o Conselho se solidariza.
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Fonte: unicanews
