Mato Grosso do Sul registrou, no município de Sete Quedas, o 1º caso de ferrugem asiática na safra de soja 2025/2026. A informação é do Consórcio Antiferrugem, composto por mais de 100 laboratórios em todo o Brasil, entre eles, os da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A lavoura comercial localizada na região Sudoeste do estado, que foi semeada na segunda quinzena de setembro, está no estádio fenológico R5, caracterizado pelo início do enchimento de grãos, uma fase crítica de alto acúmulo de matéria seca e nutrientes nas sementes.
Em entrevista ao Portal Primeira Página, o coordenador técnico da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Gabriel Balta afirma que o primeiro foco no estado não é motivo para preocupações excessivas.
“O primeiro caso da doença no Brasil foi registrado em 2001, desde lá, foram desenvolvidas cultivares, princípios ativos e técnicas de manejo que visam a redução e controle do patógeno. O produtor sul-mato-grossense já maneja com eficiência, contudo, vale redobrar a atenção quanto ao monitoramento das áreas”, pontuou.
Segundo ele, as condições climáticas como calor excessivo e alta umidade favorecem o aumento da população infestante e intensificam a disseminação de esporos fúngicos, que ocorre principalmente pelo vento, contribuindo para o surgimento de novos focos.
Balta explica ainda que os 10 casos registrados até esta quinta-feira (4) referem-se a nível Brasil, e que dados do Consórcio Antiferrugem são dinâmicos e mudam diariamente, em função da facilidade de dispersão do patógeno e constante monitoramento das áreas.
“Cada ocorrência em áreas distintas representa um novo caso. Por exemplo: uma mesma cidade pode registrar diversos casos, cada caso pode ter – e provavelmente terá – diversas plantas infectadas, justamente pela movimentação dos esporos fúngicos”, explicou o coordenador técnico da Aprosoja/MS.
Sobre a doença
A ferrugem asiática, provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, provoca inicialmente pequenas lesões com tonalidade marrom-avermelhada na face inferior das folhas. Com o tempo, a infecção evolui para pontos escuros distribuídos por toda a superfície foliar, reduzindo a área fotossinteticamente ativa, necrose e desfolha antecipada.
Nos casos mais graves, a doença pode provocar redução de 90% da produção, se não controlada, tornando a ferrugem uma das ameaças mais agressivas à cultura da soja.
O controle da ferrugem asiática exige manejo integrado e permanente, que inclui o cumprimento do vazio sanitário, a rotação de culturas, a semeadura dentro da janela indicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a adoção de cultivares resistentes, o monitoramento constante das áreas e a intervenção assertiva com fungicidas específicos, quando necessário.
Em casos de foco confirmado, o produtor deve entrar com medida de controle antes do patógeno atingir o nível de dano econômico. Para controlar a disseminação do fungo, é necessário lançar mão de fungicidas específicos para combater a doença.
Cenário nacional
De acordo com a última atualização do Consórcio Antiferrugem, neste ano, já foram registrados dez focos da doença, sendo:
- 8 no estado do Paraná
- 1 no estado de São Paulo
- 1 no estado de Mato Grosso do Sul
Na safra de soja 2024/2025, o Brasil somou 124 ocorrências da doença. Entre os estados com maior número de notificações, Mato Grosso do Sul ficou na 3º posição com 12 casos de ferrugem asiática, atrás apenas do Paraná (66) e do Rio Grande do Sul (25).
Fonte: primeirapagina






