A situação democrática no Brasil sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva levantou preocupações do ex-ministro da Defesa da Bolívia Carlos Sánchez Berzaín. Em deste domingo, 23, no site argentino , o político analisou acusações de violações aos direitos humanos e à independência dos poderes públicos na gestão petista.
Conforme Berzaín, “estas alegações geram questionamentos sobre o comprometimento do Brasil com os princípios democráticos estabelecidos pela Carta Democrática Interamericana”.
“Sua política externa o identifica como um governo ditatorial, e suas ações internas apontam para o caminho em direção a um regime socialista do século 21, ou castrochavismo”, analisou o ex-ministro, que também é advogado.
Tal carta destaca a soberania popular, a proteção dos direitos fundamentais e a independência das instituições. Em seu histórico de governo, Lula estabeleceu relações com regimes autoritários, como Cuba, Venezuela e Nicarágua, e buscou parcerias com países como China e Irã.
Críticos veem essas ações como um possível alinhamento com o chamado “socialismo do século 21”. Este conceito tem associação, por exemplo, ao regime de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, na Venezuela.
Sob Lula, democracia estaria em risco

A publicação do ministro traz o conceito num contexto latino-americano descrito no livro Ditaduras do Século 21, de Osvaldo Hurtado. O escritor descreve como democracias podem se transformar em ditaduras plebiscitárias.
“Este modelo, que manipula instituições para consolidar o poder, é comparado à situação atual no Brasil”, afirmou Berzaín.
Além da política externa de Lula, internamente, há sinais de judicialização na perseguição política. Segundo o político boliviano, essas táticas foram usadas em outros países da região.
A nomeação de Cristiano Zanin, advogado que conseguiu a soltura de Lula, como juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) também foi tema da análise de Berzaín. Segundo ele, “essa situação é similar a ocorrências em países como Venezuela e Nicarágua, onde líderes opositores enfrentam processos judiciais com motivações políticas”.
Na conclusão do texto, o político boliviano mencionou o fato de o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deixar o país rumo aos Estados Unidos, a fim de conseguir apoio contra a Corte. “Ele lançou críticas ao juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, instrutor do caso que analisa se Jair Bolsonaro dirigiu um plano contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu.
Fonte: revistaoeste