O município de Nioaque, conhecido como o Vale dos Dinossauros do Brasil, foi palco da 1ª Feira Jurássica, no último sábado (11). O evento fez com que muita gente viajasse no tempo até a era dos dinos.
Além da culinária temática, que incluiu pastéis e pizzas em formato de dinossauro e bolo com a forma das pegadas dos primeiros répteis, os participantes tiveram a oportunidade de observar de perto réplicas das pegadas encontradas na região. Artesanato, venda de acessórios e até mesmo pessoas fantasiadas de dinossauros completaram a atmosfera pré-histórica do evento.
O objetivo da iniciativa é impulsionar o turismo na região e fomentar o comércio. De acordo com a prefeitura, a Feira Jurássica fará parte do calendário oficial de eventos da cidade.
Pegadas
Nioaque, com pouco mais de 13 mil habitantes, tem sua história marcada nas rochas por pegadas de dinossauros datadas de 140 milhões de anos. Estudos paleontológicos realizados por pesquisadores do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro confirmaram a presença de répteis de até seis metros na região, indicando que o local foi um vasto deserto, com algumas áreas alagadas, no período jurássico.
As pegadas foram descobertas pela primeira vez em 1990, às margens do rio Nioaque, e somente em 2021, após extensas escavações e estudos, cientistas do Serviço Geológico do Brasil conseguiram identificar as espécies e publicaram suas descobertas no “Journal of South American Earth Sciences”, revista científica especializada em ciências da terra.
Apesar de várias marcas nas rochas serem confundidas com pegadas, pesquisadores como Sandro Scheffler, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que algumas delas são concreções, que podem ser confundidas com icnofósseis, ou seja, registros geológicos de atividade biológica.
“Nesse sítio só existem duas pegadas comprovadas. O restante são concreções, que não necessariamente são pegadas”, reforçou.
O paleontólogo Rafael Costa da Silva, também envolvido nas pesquisas, explica que os estudos sobre o assunto continuam.
“Nós fizemos moldes de silicone em 2007, depois usamos outras tecnologias de modelagem digital. Aí conseguimos manipular aquele objeto de forma tridimensional. O que é importante pra gente, é preservar a informação que essas pegadas trazem”, diz.
Fonte: primeirapagina