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DIU: Esclareça Suas Dúvidas e Conheça Tudo Sobre Este Método Contraceptivo

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O DIU é um dos métodos contraceptivos mais eficazes que existem. Entretanto, as dúvidas sobre ele são constantes. Quais tipos de DIU existem? Qual o mais eficaz? Ele é seguro? Existem efeitos colaterais? Veja abaixo as respostas a essas e outras questões em nossa conversa com o médico ginecologista e sexólogo Eduardo Siqueira Fernandes (@dreduardofernandes), doutor em Saúde da Mulher e diretor de Ações Sociais da SOGIMIG! 

O que é DIU? 

DIU (dispositivo intrauterino) é um entre os vários tipos de anticoncepcionais que as pessoas podem escolher para o controle reprodutivo. “Eles são pequenos dispositivos inseridos dentro da cavidade uterina”, informa o Eduardo Fernandes. A sua função é a contracepção, ou seja, impedir que o espermatozoide fecunde o óvulo. O médico nos informa que existem três tipos de DIU: o de cobre, o de cobre com prata e o hormonal. 

Como funciona o DIU? 

Independentemente do tipo de DIU a sua finalidade é impedir que o espermatozoide encontre o óvulo. Com esse impedimento a fecundação não ocorre. Como Eduardo Fernandes explica, o DIU provoca uma alteração na cavidade intrauterina, criando um ambiente inóspito para o espermatozoide. Esse ambiente alterado faz com que seja praticamente impossível a fecundação do óvulo. 

Benefícios do DIU: 

Um dos maiores benefícios dos DIUs, nos explica Eduardo Fernandes, é o fato dele ser um método reversível de longa ação: “isso quer dizer que, uma vez inserido dentro da cavidade uterina, ele tem uma ação de no mínimo 5 e até 10 anos; um tempo muito bom de contracepção”. Isso faz com que a pessoa que esteja usando tenha uma liberdade para manter as relações sexuais sem preocupação com a gestação.

Outro benefício que o médico informa é para as pessoas que não podem usar hormônios (sejam pílulas, injeções, adesivos ou anéis vaginais). O uso de um dispositivo intrauterino de cobre ou de cobre e prata pode ser uma alternativa para essas pessoas. Além disso, o DIU hormonal também pode ser utilizado para reduzir sintomas menstruais como cólicas ou sangramentos intensos. 

Quais são os tipos de DIU? 

Existem basicamente três tipos de DIU: o de cobre, o de cobre com prata e o hormonal. Veja a diferença entre eles abaixo:

DIU Mirena

O DIU Mirena é um dispositivo com um pequeno recipiente que libera continuamente um hormônio (levonorgestrel) no útero. Esse hormônio provoca alterações que impedem a fecundação do espermatozoide. 

DIU Kyleena

Funciona da mesma maneira que o DIU Mirena. As diferenças são de tamanho e quantidade de hormônio: o DIU Kyleena é menor e libera uma quantidade menor de hormônio. Entretanto, não existe diferença de eficácia entre eles. 

DIU de Cobre 

Diferentemente do DIU Mirena e do DIU Kyleena, o DIU de cobre não age através de hormônios. É o próprio cobre que realiza alterações no endométrio e no muco cervical, impedindo a fecundação. 

DIU de Prata

O DIU de prata e cobre funciona da mesma maneira que o feito somente com cobre. Porém, ele pode diminuir os efeitos colaterais do DIU de cobre, como as cólicas e o aumento do fluxo. 

Qual o melhor DIU? 

“Não existe um melhor DIU em relação ao outro”, como informa Eduardo Fernandes. Ele explica que a escolha de cada tipo de DIU vai variar de pessoa para pessoa, dependendo de objetivo: “se é para uma contracepção mais curta, de 5 anos, o DIU de cobre e prata pode ser a melhor escolha; se é para um período mais longo, o melhor seria o de cobre, que dura até dez anos; se a paciente tem cólicas menstruais e sangramentos mais volumosos, a escolha pode ser pelo DIU hormonal”. Assim, o melhor tipo de DIU depende de cada pessoa e de cada objetivo e deve ser discutido com o médico. 

Como é colocado o DIU?

“A forma de inserção do DIU é relativamente simples e o procedimento dura em torno de 15 a 20 minutos, geralmente em um consultório médico”, nos explica Eduardo Fernandes. É bem provável que tenha uma certa dor local na hora da inserção, que varia de pessoa para pessoa. A pessoa pode ir para casa logo depois da inserção do DIU. É possível, ainda, que a pessoa sinta um pouco de cólica no dia em que colocar o DIU. Essas dores, contudo, desaparecem em até três dias e a pessoa já pode exercer todas as suas atividades, como nos informa o médico.  

Quanto tempo dura o DIU?

O tempo de duração do DIU vai depender muito do tipo de DIU utilizado. Eduardo Fernandes informa o tempo de cada um deles, já que dependendo do tipo de DIU, temos também tempos diferentes de duração:

  • O DIU de cobre pode ser utilizado por até 10 anos.
  • O DIU de cobre e prata tem o uso médio de 5 anos.
  • Os DIUs hormonais têm o tempo médio entre 5 e 7 anos. 

Com quantos anos pode colocar Diu? 

O DIU pode ser utilizado desde a adolescência, sendo um método eficaz para prevenir a gravidez precoce. A Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, recomenda que o DIU de cobre seja a primeira opção ofertada. É importante lembrar que pais de menores de idade provavelmente terão que assinar um termo de consentimento para as filhas. 

Efeitos colaterais do DIU 

O efeito colateral que o DIU pode provocar em uma pessoa vai depender muito do tipo utilizado, como explica Eduardo Fernandes abaixo:

  • Os DIUs de cobre e de cobre e prata podem aumentar um pouco o sangramento menstrual e aumentar um pouco as cólicas menstruais. 
  • Os DIUs hormonais provocam reação oposta, com redução do sangramento menstrual. O DIU hormonal, contudo, pode levar ao surgimento de acne. Assim, podem aparecer espinhas pelo corpo. 

O médico ressalta que efeito colateral não é necessariamente um efeito imposto: nem todo mundo vai ter, algumas pessoas têm, outras não.

DIU é abortivo? 

O DIU não é um método contraceptivo abortivo: “a função dele é justamente impedir que o espermatozoide se encontre com o óvulo, impedindo a fecundação. Uma vez que não há fecundação, a gente não pode pensar que é um dispositivo abortivo”.

 DIU engorda?

O DIU não engorda. Eduardo Fernandes explica por que as pessoas podem achar que isso ocorre: “geralmente os métodos contraceptivos não causam aumento de peso. A gente tem que lembrar que o DIU é utilizado por até 10 anos. Nesse período, muito provavelmente, essa pessoa vai engordar, já que aos 20 anos ela tinha um peso e, aos 30, ela vai ter um outro peso, por exemplo. Então é pelo tempo que a pessoa vai engordar, não por causa do dispositivo”.

 Quem usa DIU, menstrua?

Mais uma vez, depende do tipo de DIU: “os de fios de cobre e os de fios de cobre e prata não só não interrompem a menstruação, como podem aumentar levemente o fluxo menstrual; já os DIUs hormonais podem diminuir ou interromper a menstruação. Não cessará completamente a menstruação em todas as pessoas que estão usando, mas provavelmente vai reduzir o fluxo”. 

Quais os cuidados depois de colocar o DIU? 

É recomendável um repouso relativo logo após a inserção do DIU. Eduardo Fernandes explica que a vida pode seguir normal, evitando somente tarefas muito pesadas. Então, caso o trabalho não seja muito pesado, a pessoa pode ir trabalhar normalmente. Mas, se o trabalho for de grande exigência, talvez seja bom esperar uns dois dias. Enfim, a pessoa não precisa ficar de cama nem nada perto disso. As cólicas e a dor após o procedimento de inserção do DIU podem ser rapidamente solucionadas com analgésicos comuns, como dipirona ou paracetamol. 

A longo prazo não existem muitos cuidados que a pessoa tem que tomar: a vida segue normalmente. Dá até para esquecer que o DIU está ali, já que ele não tem grandes necessidades de manutenção. É importante somente, de tempos em tempos, ir ao ginecologista ver se o DIU está no lugar correto, como nos lembra o médico. 

Quanto tempo depois de colocar o DIU estarei protegida?

Caso o dispositivo escolhido for o DIU de cobre a paciente está protegida desde a colocação dentro do útero. Mas se a opção for o DIU hormonal, vai depender do período que a paciente está no ciclo menstrual: se for após o sétimo dia do ciclo, ela deve esperar pelo menos sete dias para ter uma relação sexual segura. 

Gravidez com DIU: é possível? 

Como afirma Eduardo Fernandes, “o DIU está no grupo dos métodos contraceptivos mais eficazes, mas, como todo método, sempre existe a chance de falha.” Então, é possível, sim, uma gravidez com DIU, mas é extremamente difícil que isso ocorra: menos de 1% de falha. O DIU é um método muito seguro e, como o médico informa, a gente pode fazer uso dele sem desconfiança. Apesar de ter chance de uma gravidez, essa chance é muito menor do que das pílulas, injeções, adesivos e anéis, por exemplo. 

Sintomas de gravidez com Diu:

Apesar da chance de gravidez utilizando DIU seja extremamente pequena, os sintomas de gravidez serão os mesmos de qualquer outra mulher grávida. Os mais comuns são o aumento da sensibilidade das mamas, cólicas, náuseas e cansaço.  Caso exista suspeita de gravidez, a mulher deve procurar um médico. 

Como saber se o Diu saiu do lugar? 

Uma das perguntas mais frequentes de quem utiliza o DIU é como saber se ele está na posição correta ou se ele saiu do lugar. Essa preocupação, em geral, é desnecessária. Como aponta Eduardo Fernandes, a chance do DIU sair do lugar é muito pequena, próxima a zero: “o  que acontece é que, de tempos em tempos, há uma avaliação, seja por exame físico, no consultório, seja via ultrassom, para avaliar se ele está no lugar correto”. Mas ele volta a reforçar: “a chance de o DIU sair do lugar, uma vez que ele foi colocado de forma correta, é quase zero”. 

O Diu pode sair do lugar durante a relação?

É muito improvável que o DIU saia do lugar durante relações sexuais. Como informado anteriormente, a chance é quase zero.  Eduardo Fernandes ressalta que o DIU é feito para que a pessoa possa exercer sua liberdade sexual sem se preocupar com gravidez durante o ato: “então, não precisamos ficar preocupados se o DIU saiu do lugar ou não depois de uma relação sexual”. 

Quanto custa para colocar Diu? 

O valor para a inserção do dispositivo intrauterino vai depender de alguns fatores. O mais relevante deles vai ser o tipo de dispositivo que vai ser utilizado: o de cobre ou o de cobre e prata ou o hormonal. Cada um deles tem um preço diferente que vai impactar no valor final. Além do valor do DIU, tem o preço cobrado pelo profissional para a inserção do dispositivo. 

O médico Eduardo Fernandes lembra, ainda, que os planos de saúde cobrem tanto o dispositivo quanto a inserção: “para quem tem plano de saúde, talvez seja uma alternativa ligar para o convênio para saber como faz para adquirir e inserir o DIU”. Além disso, o SUS fornece o DIU de cobre de forma gratuita: “é só marcar uma consulta num posto de saúde para que seja colocado esse dispositivo intrauterino”. 

Fonte: araujo

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